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Rio Grande do Norte sofre com ataques violentos pelo terceiro dia seguido

Desde a madrugada desta terça-feira (14), O Rio Grande do Norte vem sofrendo ataques violentos em pelo menos 25 cidades, incluindo a capital, Natal. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a ação é uma manifestação de presos, organizados por uma facção criminosa, e que fazem exigências sobre as condições nos presídios, como acesso a aparelhos de televisão e visitas íntimas.

Imagem: Reprodução

Ainda pela madrugada desta terça-feira, criminosos atacaram prédios públicos, comércios e até carros que estavam estacionados nas ruas. O primeiro dia de ataque teve registro em pelo menos 19 cidades. Nesse dia, aulas, transporte e atendimento de saúde tiveram os serviços suspensos.

De acordo com a polícia, pelo menos duas pessoas morreram em confrontos armados com agentes federais. Um deles é apontado como responsável pela organização dos ataques. Além deles, outras duas pessoas ficaram feridas nos atos, ambos eram funcionários de empresas de transporte público.

Quem são os responsáveis pelos ataques

No dia em que os ataques começaram, a polícia havia informado que os ataques fossem uma retaliação por uma apreensão de drogas e armas de um grupo criminoso. No decorrer do dia, nasceu a suspeita do envolvimento de uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios nos atos.

Na manhã desta quarta-feira (15), a polícia confirmou o envolvimento do grupo e disse que as ações são um protesto pela condições dos presos nas penitenciárias e que eles estão fazendo exigências como visita íntima e disposição de aparelhos de TV.

Um presidiário suspeito de envolvimento nos ataques foi transferido da Penitenciária Estadual de Alcaçuz para um presídio federal, que não foi revelado. E as visitas nas penitenciárias do estado foram temporariamente suspensas – inclusive a de advogados.

Representantes do governo do estado do Rio Grande do Norte informaram que novas transferências podem ser feitas. Desde o início dos ataques, 30 pessoas foram presas, 30 explosivos, além de carros, motos e armas, de acordo com balanço da polícia.

Imagem: Reprodução

A Força Nacional foi enviada ao estado, pelo menos 100 agentes vão patrulhar ruas em viaturas e montar barreiras policiais nos principais corredores de Natal e região metropolitana. 83 agentes atuarão no patrulhamento ostensivo, e 17 estarão dedicados ao serviço de inteligência. A expectativa é que mais 90 homens cheguem ao estado, em viaturas de apoio, até sexta-feira (17).

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Alarico Azevedo, disse que o planejamento inicial é “fazer a segurança nas áreas de Natal e região metropolitana”, mas a atuação pode “se estender a outras cidades do estado”. De acordo com o último balanço da PM, 31 pessoas foram presas desde o início dos ataques.

Imagem: Reprodução

Pelo menos um ônibus e três micro-ônibus foram incendiados e a frota que circulava na Grande Natal foi recolhida. Porém, o transporte público voltou a circular na manhã desta quarta, mas foi recolhido novamente às garagens, por volta das 11h, após um ônibus ser incendiado no Planalto, Zona Oeste da capital.

Quatro ônibus de turismo que estavam na garagem de uma empresa foram incendiados e ficaram completamente destruídos. O proprietário estima um prejuízo de R$ 500 mil. “Vinte anos de batalha se acabaram aqui. É muito triste”, disse o empresário José Cardoso Sobrinho ao g1.

Criminosos também quebraram uma porta de vidro em Natal e jogaram um coquetel molotov em uma loja de motos na Avenida Nevaldo Rocha, uma das principais vias de Natal.