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Prefeitura de Belém cria o Núcleo de Atenção à Guarda Municipal Feminina

Em alusão ao mês da luta por direitos das mulheres, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, assinou o decreto que cria formalmente o Núcleo de Atenção à Guarda Feminina (NAGF). O órgão foi oficializado na última quarta-feira, 21, e terá como competência atender às servidoras da instituição que são vítimas de algum tipo de violência, física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial, dentro e fora da corporação. 

O prefeito explica que o decreto concede poder à coordenação do NAGF para realizar uma série de políticas pedagógicas, com a finalidade de evitar e diminuir a violência contra as mulheres, especialmente as que são guardas municipais. Ele ressalta que, eventualmente, o núcleo terá a competência de punir todos aqueles que praticarem qualquer tipo de violência ou práticas machistas contra as agentes da Guarda Municipal. 

Um levantamento realizado pelo comando da Guarda Municipal de Belém foi um dos principais motivadores para a criação do NAGF. Segundo a pesquisa, durante a segunda quinzena de janeiro e no mês de fevereiro de 2021, das 170 agentes da GMB que integram o grupamento feminino, mais de 65% disseram já ter sofrido algum tipo de violência ou assédio moral e sexual dentro da instituição de trabalho, sentindo-se desrespeitadas ou coagidas.

NAGF será coordenado por mulher

A inspetora da Guarda Municipal Maria José Farias Patrício é quem vai coordenar o Núcleo de Atenção à Guarda Feminina. Ela conta que a assinatura do decreto é uma vitória para a categoria feminina da GMB. “Nosso Núcleo, mesmo sem o decreto, já estava funcionando e batalhando por melhorias para o quadro feminino”, explica a inspetora. 

“Como mulher, guarda de carreira, que já sofreu diversos tipos de situações, é gratificante fazer parte desse projeto, principalmente por já ter vivenciado várias situações de violência, sejam em ocorrências durante o serviço ou com uma colega de trabalho. O mais importante é fazer a mulher entender que ela não está sozinha e que jamais deve se calar”, ressalta a coordenadora.