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Radialista paraense Santino Soares morre aos 71 anos

Santino morreu na tarde deste domingo (26). Ele atuou por 53 anos na rádio e recentemente havia iniciado um projeto de fotografia

Santino Soares fotografado com o primeiro rádio que produziu e o último rádio que adquiriu — Foto: Reprodução / Redes sociais

O radialista Santino Soares, 71 anos, morreu na tarde do último domingo (26), em decorrência de uma parada cardíaca. A esposa do radialista disse que ele sofria de Policetemia Vera, doença crônica que afeta o sangue, e estava internado na UTI do Hospital Ophir Loyola desde o último sábado, após ter passado mal na sexta-feira. Santino teve duas paradas cardíacas, uma na madrugada do domingo, e outra à tarde, a qual ele não resistiu.

O velório será na Primeira Igreja Batista do Pará (Av. Assis de Vasconcelos, 817 – Campina, Belém), desta segunda-feira (27), a partir das 17h.

Vida e Carreira

Santino Soares nasceu em Juruti, no oeste do Pará, e começou os trabalhos na rádio em Santarém. Nos anos 1970, ele comandou o programa “Show da Tarde”, na Rádio Rural, graças a um concurso para locutor. Ele tinha 18 anos de idade.

Soares era formado em Sociologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e consagrou-se como uma das vozes mais marcantes da Rádio Liberal, onde ficou no comando do programa “Bom dia Cidadão”. Ele atuou por mais de 53 anos como radialista, e ganhou a apelido de Papa da Comunicação. Também trabalhou na Rádio Guajará, Comus da Prefeitura de Belém e teve um breve retorno à Rádio Rural, antes de retornar à Rádio Liberal.

“Os conhecimentos da sociologia me ajudaram a perceber muitas coisas que antes não percebia ou via sem profundidade. Por isso, a passagem pela universidade me ajuda até hoje a encarar determinados temas que analiso juntamente com os meus ouvintes”, disse o radialista há alguns anos.

“Tive o privilégio de ser estagiário dele no início dos anos 2000. Ele me impressionou muito por ser um homem muito intelectualizado, diria mesmo refinado nas ideias e no trato com todos no meio do rádio, tradicionalmente mais popular e informal. Santino é o que se chama de Gentleman. Trazia muita informação qualificada e tinha um quadro onde os advogados tiravam dúvidas do público, e promovia um debate por dia com temas de interesse público”, comentou o jornalista Alexandre Lins ao g1 Pará.

Santino trabalhava para a agência que presta serviços para o Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA), que divulgou uma nota de pesar pela morte do jornalista.

No dia 16 de março, Santino havia compartilhado nas redes sociais que havia iniciado um novo projeto de fotografia.

Santino Soares compartilhou uma imagem anunciando que se dedicaria à fotografia — Foto: Reprodução / Redes sociais

“Durante mais de 53 anos ininterruptos atuando no Rádio sempre ouvi essa frase dos colegas de jornais e TV – Uma Imagem Vale por Mil Palavras -. Eu que espalhei milhares e milhares de palavras no éter – como diriam os radialistas de outrora, ao me aposentar, decidi pouco falar e tentar muito dizer por intermédio da fotografia. Esse é meu novo projeto profissional. Minha meta é mostrar, o que me for possível, a Amazônia ao mundo, mas principalmente a brasileiros de outras regiões, sem esquecer os nortistas tal qual a mim. Conto com sua ajuda e as bênçãos de Deus”.