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Caso Palmira Gabriel: estudantes e pais relatam momentos de medo durante ataque

Na tarde de quinta-feira, 30, um estudante atacou e feriu a golpe de faca dois outros colegas de classe na escola Palmira Gabriel, na Avenida Augusto Montenegro, em Belém. O ataque provocou muita tensão e medo em outros estudantes da instituição que tentaram se proteger e viveram momentos de aflição e terror.

Segundo testemunhas no local, tudo começou depois que as vítimas estava jogando bolinhas de papel em duas colegas, uma bolinha acertou o agressor, que se incomodou com a brincadeira e atacou o adolescente deferindo-lhe três facadas. A Polícia Militar foi acionada para o local e apreendeu a mochila do suspeito que portava uma faca, luvas e uma machadinha, e que provavelmente, poderia ferir mais pessoas.

Conforme relatos de pais e estudantes da instituição, o fato gerou muito medo e pânico. “Hoje para mim foi um dia desespero, nervosismo e medo pois estava lá quando aconteceu o ocorrido. Estava na sala sentado quando um colega de classe chegou falando que tinha um aluno com uma faca na mão e falando para fechar a porta. Fechar as janelas. Ficamos dentro da sala todos. Alguns abaixados, rezando, todo mundo preocupado e com medo. Alguns tiveram crise de ansiedade. O dia 30 de março de 2023 vai ficar marcado na minha vida para sempre” contou um aluno da escola sobre a reação ao ataque.

A mãe de uma aluna afirma que tinha deixado a filha na escola e estava indo embora quando percebeu a correia e uma movimentação estranha. “Eu estava na parada, ia sair e ir embora, tinha deixado a minha filha lá. Vi algumas crianças chorando e correndo em direção à saída da escola. Isso me deu um desespero imenso e comecei a pensar na minha filha, onde ela tava, como ela tava. Mas logo ela apareceu correndo. Abracei ela, agradeci a Deus e fomos embora para a casa. Foi uma angústia e um susto muito grande. Agora, fica o medo e a preocupação de mandar ela pra aula na escola de novo. Não sei como eles vão fazer (a escola) porque parece que segunda vai ter aula de novo. Não sei como vai ficar”.

Um vendedor de bombons que trabalha na frente da escola há mais de 20 anos também agiu quando notou uma movimentação atípica nos corredores. Percebi quando] os alunos estavam correndo de lá para cá. Aí um garoto corria com uma faca atrás. Quando ele saiu da escola dizendo coisas como ‘que queria furar ele’, imediatamente empurrei e abri o portão e tomei a faca dele. Peguei a faca dele e levei ele e a faca para a direção da escola, a diretora pegou e chamou a polícia.”, disse.

O ATAQUE

Segundo informações de testemunhas, o ataque do adolescente de 17 anos contra outros dois estudantes da mesma sala da turma do 1° ano foi motivado por uma brincadeira com bolinhas de papel que estavam sendo arremessadas por outros dois jovens, e uma das bolas acertou o agressor. Irritado, ele puxou a faca e esfaqueou dois garotos: um na perna e outro na barriga.

ATO POR MELHORIAS

Em resposta ao ataque, uma mobilização nas redes socais foi convocada para que os estudantes da escola se concentrem na frente do local de ensino e façam uma caminhada até a Secretaria de Educação (Seduc) para cobrar justiça e mais segurança na escola, e que novos episódios jamais aconteçam e sejam prevenidos.

“Amanhã, às 13h, faremos um protesto em frente à escola. Vamos caminhar até a secretaria de educação porque temos que nos juntar como alunos. Estamos vulneráveis com essa situação, devemos lutar pelos nossos direitos e isso não pode ficar assim”, afirmou uma aluna da escola.