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Nos EUA, Igreja Católica teve mais de 600 crianças vítimas de abuso sexual

Um relatório da Procuradoria-Geral da Maryland, nos Estados Unidos, foi divulgado nesta quinta-feira, 6, e revelou  que cerca de 600 crianças foram vítimas de abusos sexuais cometidos por 156 lideranças da Igreja Católica do estado.

Foto: Reprodução.

De acordo com o procurador-geral estadual, Anthony Brown, os crimes teriam acontecido ao longo de 60 anos. “Quando a negação se tornava impossível, a liderança da Igreja afastava os abusadores da paróquia ou da escola, às vezes com promessas de que não teriam mais contato com as crianças. Documentos da Igreja revelam com clareza perturbadora que a Arquidiocese estava mais preocupada em evitar escândalos e publicidade negativa do que proteger as crianças”, diz um trecho do relatório.

Segundo as informações do relatório, algumas igrejas funcionavam como “sede” para vários abusadores. Em alguns locais,  11 abusadores viveram e trabalharam entre 1964 a 2004. “Jovens em algumas paróquias foram perseguidos por vários abusadores ao longo de décadas, e o clero usou o poder e a autoridade do ministério para explorar a confiança das crianças e famílias sob seus cuidados”, afirmou Anthony Brown.

As investigações sobre a Arquidiocese de Baltimore começaram em 2018 e, nos documentos, revelam que entre 1940 e 2022, padres, seminaristas, diáconos, professores e outros membros da Igreja Católica dos Estados Unidos participaram de abusos praticados contra crianças que frequentavam as instituições religiosas.

‘FALHA DEPRAVADA’

Foto: Reprodução.

Anthony Brown classificou o caso como uma ‘falha depravada’ por parte da Arquidiocese. “É uma falha sistêmica e depravada da Arquidiocese em proteger os mais vulneráveis ​​- as crianças que ela foi encarregada de manter seguras”, disse.

A Procuradoria-Geral da Maryland afirmou que o relatório é composto por “centenas de milhares de documentos e histórias não contadas de centenas de sobreviventes”.