Mestre Damasceno, que foi homenageado pela escola de Samba Paraíso da Tuiuti, no Carnaval 2023, lança o quinto álbum da carreira nomeado de “Chegou Meu Boi – Mestre Damasceno e o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara”. As canções vão ser disponibilizadas na sexta-feira, dia 14, em todas as plataformas digitais do mestre. Você pode fazer o pré save clicando neste link.
Já o Show de Lançamento do Álbum acontece neste próximo sábado dia 15, no Espaço Cultural Apoena, às 20h. O álbum tem a produção musical e finalização do músico paraense Léo Chermont e foi financiado por emenda parlamentar da Deputada Marinor Brito.
O ÁLBUM:
O novo trabalho apresenta carimbó, toada do búfalo-bumbá e um banguê. “Eu já fazia o Banguê quando eu colocava cordão de pássaros na rua, mas nunca tinha gravado. Esse vem com uma nova roupagem, essa que é a história”, explica Mestre Damasceno sobre a primeira vez de gravar o ritmo. São onze faixas autorais, o álbum é assinado pelo produtor musical Léo Chermont e pelo produtor fonográfico Guto Nunes, que também assinaram os dois últimos trabalhos e têm um longo histórico de atuação ao lado do mestre.
O álbum Chegou Meu Boi foi gravado no período de 11 a 14 de dezembro de 2022, em Salvaterra, em um estúdio montado na Pousada Bosque dos Aruãs. “A equipe de produção fez questão de levar o estúdio até os artistas, valorizando o contexto de lugar de pertencimento de todos os envolvidos e respeitando o local de inspiração de todos”, explica Ana Paula Gaia, a produtora executiva. O projeto foi financiado por meio de emenda parlamentar da então Deputada Estadual Marinor Brito.
Os músicos do Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara estão com o mestre desde 2013 e foram eles que gravaram o lançamento Chega Meu Boi: Agnaldo Vasconcelos (maracá), Anderson Gonçalves (curimbó), Arivaldo Pampolha (banjo), Emerson Miranda (saxofone), Francisco Junior (maracá), Naldo Modesto (ganzá) e Ivanelson Trindade (curimbó).
Segundo a narrativa de Agnaldo, construtor de maracas e tocador, a criação do grupo Nativos Marajoara foi uma ideia em parceria com o banjista do grupo, Arivaldo Pampolha, mais conhecido como Nicaca. “Quando o mestre voltou do Terruá Pará, o Nicaca – que era do samba – me procurou para formar o grupo do Mestre Damasceno. E assim a gente criou o nome e foi chamando o resto do grupo”, conta Agnaldo que toca carimbó há mais de 20 anos e se mostra orgulhoso de integrar o projeto musical, “Eu procuro aprender muito com o mestre, os tempos que a gente viaja, quando toca, nos intervalos. Eu procuro conversar e aprender histórias, para repassar também, né?”, finaliza o artesão.
Sobre o show de lançamento que será realizado no palco do Espaço Cultural Apenas, Mestre Damasceno deixa o convite e o agradecimento: “Convido o público de todo o Pará para fazer parte do nosso show, que é um show para o povo. E agradecer aos seguidores do nosso trabalho. Sem esse incentivo não seríamos ninguém”, finaliza o mestre.
Quem é Mestre Damasceno?
Damasceno Gregório dos Santos, ou como é mais conhecido, mestre Damasceno, está prestes a completar 69 anos de idade, e em 2023 também completa 50 anos de atuação na cultura popular. Oriundo do quilombo de Salvá, localizado no município de Salvaterra, ilha do Marajó, tornou-se pessoa com deficiência visual aos 19 anos, devido a um acidente de trabalho. É cantor e compositor de toadas de boi-bumbá, de carimbó, xote, samba e até brega.
Mestre Damasceno tem cinco álbuns gravados. Em 2013 gravou “Poesia e Reflexões”, com 11 canções em um projeto de uma escola municipal de Salvaterra. No ano de 2020, produziu o cd “Canta o Encanto do Marajó”, com 10 músicas, realizado através de recursos próprios e apoio de amigos, em um estúdio de Salvaterra; e em 2021 gravou Encontro D’água, que teve participação especial de Dona Onete na faixa Feira do Veropa, com apoio do Edital de Música da Lei Aldir Blanc – Secult/PA. Em janeiro de 2023 lançou o álbum Búfalo-Bumbá. E em abril do mesmo ano está divulgndo o Chega Meu Boi – Mestre Damasceno e o Nativos Marajoaras.
Mestre Damasceno já ganhou inúmeros títulos, o primeiro título foi em 1973, aos 19 anos, quando foi campeão de colocador de Boi-Bumbá, no município de Soure, e de lá para cá muitos outros o sucederam. Mestre Damasceno recebeu dois prêmios da Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural, do extinto Ministério da Cultura (2009 e 2017). Recebeu também o Prêmio Mestre da Cultura Popular do Estado do Pará – SEIVA, por meio da Fundação Cultura do Pará – Tancredo Neves (2015), e foi reconhecido como mestre de carimbó pelo Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, 2017), que o reconheceu como Mestre de Carimbó; além de muitas outras premiações e homenagens simbólicas, inclusive na Assembleia Legislativa do Estado do Pará e na Câmara Municipal de Salvaterra.
Serviço:
14/04 – Lançamento nas Plataformas Digitais
15/04 – Show Espaço Cultural Apoena. Vendas de ingresso na portaria . Valor: R$ 15,00 até 21h. Após, R$20,00.