Pela primeira vez nos últimos dez meses, o dólar fechou abaixo de R$ 5, em R$ 4,942. A última vez que isso aconteceu foi em junho de 2022. De acordo com a ata do Federal Reserve, divulgada ontem, a moeda norte-americana caía 0,74% às 12h, enquanto cotada a R$ 4,9054.
Após os resultados positivos de inflação ao consumidor no Brasil e nos Estados Unidos, o dólar opera em queda nesta quinta-feira (13). Por volta das 9h55 (horário de Brasília), a divisa caía 0,28% e era cotada a R$ 4,928 na venda.
Com o resultado, a moeda norte-americana passou a acumular perdas de 2,51% no mês e de 6,36% no ano, e passou por queda relevante nos últimos dois dias. A situação faz com que os investimentos em países emergentes, como o Brasil, se torne mais favorável.
Agentes do mercado financeiro enxergam a diminuição das inflações no Brasil e nos Estados Unidos com bons olhos, visto que a desaceleração da economia global é um fator preocupante. Os dados indicam que a subida dos juros está fazendo efeito nos preços, e que poderão ser reduzidos em um prazo mais curto.
Segundo relatório da Infinity Asset, membros do comitê deixaram claro que tem na crise bancária a “esperança” de redução natural das linhas de crédito, um “credit crunch”, e que isso em si se tornaria um aperto monetário indireto no sistema.
“Ainda assim, é necessário aguardar tais efeitos e principalmente, o mercado de trabalho para garantir que tal cenário recessivo se concretize e o Fed possa voltar a cortar juros em breve, o que para os otimistas seria no fim deste ano e para os realistas, em algum momento no primeiro trimestre de 2024”, diz o texto.
Especialista apontam que ainda há espaço para valorização da moeda brasileira, já que fatores que estressavam o mercado, como a projeção de alta dos juros americanos e o clima de tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central, estão sumindo do radar, deixando um cenário menos turbulento para o patamar do câmbio. “A gente está vivendo agora a perspectiva de juros menores, porque a inflação corrente está relativamente sob controle, o que sinaliza que existe espaço para que os juros caiam. Enquanto isso não acontece, isso se reflete em mais espaço para o dólar cair. É um tobogã até bater nos 4,80 reais no curto prazo, a não ser que encontre alguma resistência”, disse o economista André Perfeito.
*Com informações de Veja