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Criança autista é barrada no Mangueirão e não consegue assistir Remo x Corinthians

A incrível vitória do Clube do Remo sobre o Corinthians no Mangueirão era um dos momentos mais aguardados pelo pequeno Daniel, de 7 anos. O menino, que é autista nível 2, iria assistir à partida e a família já estava com ingressos comprados há cerca de uma semana. No entanto, eles não conseguiram sequer entrar no estádio, pois os portões foram fechados antes do início do jogo.

Em um vídeo de desabafo nas redes sociais, o pai de Daniel diz que os portões foram fechados por determinação do Clube do Remo e nenhuma explicação foi dada. Esta seria a primeira experiência da criança em um estádio.

“Foram 600,00 (SEISCENTOS REAIS) gastos pra que ele tivesse SUA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA. Valor pelo qual pagamos 4 sessões de fono e onde algumas famílias que SAÍRAM DE OUTROS MUNICÍPIOS E NÃO CONSEGUIRAM NEM ENTRAR NO ESTÁDIO!!!!!!!”, publicou a mãe de Daniel.

Mesmo sendo autista e tendo direito à gratuidade por lei, os pais de Daniel pagaram um ingresso de valor cheio para o filho após longa espera na fila.  

“DEPOIS DE ESPERAR 3H, EM TODAS AS ENTRADAS, PAGAR ENTRADA COMPLETA PARA O DANIEL, MESMO ELE TENDO DIREITO POR SER AUTISTA, *NÓS NÃO ENTRAMOS*”, reclamou Luíza.

Respostas

Em nota, o Clube do Remo disse que a  “em nenhuma de suas comunicações, assim como nenhum agente de seu corpo diretivo e/ou funcionários indicaram a arquibancada como espaço para a torcida visitante. Entretanto alguns minutos antes da partida houve a liberação deste setor para a torcida do Corinthians. 

O Rei da Amazônia destaca que em nenhum momento proibiu a entrada de torcedores ou mandou que os portões de acesso ao Estádio fossem fechados, de fato, essa determinação jamais partiu do Clube do Remo”.

O clube disse ainda que fez um boletim de ocorrência para que os fatos sejam apurados.

A coordenadora estadual de políticas para o autismo, Nayara Barbalho, afirmou pelas redes sociais que o Espaço TEA – exclusivo para pessoas autistas no parque esportivo – não tem gerência sobre os ingressos ou a entrada do público no local. A responsabilidade é somente pelo recebimento e acolhimento de autistas dentro daquele espaço. 

 
 
 
 
 
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O BT solicitou posicionamento às polícias Civil e Militar e à Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel) e aguarda resposta.

Leia a nota do Clube do Remo na íntegra:

O Clube do Remo vem a público trazer a verdade acerca dos fatos lamentáveis ocorridos durante o jogo a última quarta-feira (12) contra o Corinthians, válido pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil.

Ocorre que, como é de conhecimento público e foi amplamente divulgado em nossas redes sociais e pela grande mídia do estado, os ingressos para o jogo foram vendidos de acordo com a setorização do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, respeitando a capacidade da praça esportiva e conforme a legislação em vigor.  

O Clube ressalta que em nenhuma de suas comunicações, assim como nenhum agente de seu corpo diretivo e/ou funcionários indicaram a arquibancada como espaço para a torcida visitante. Entretanto alguns minutos antes da partida houve a liberação deste setor para a torcida do Corinthians. 

O Rei da Amazônia destaca que em nenhum momento proibiu a entrada de torcedores ou mandou que os portões de acesso ao Estádio fossem fechados, de fato, essa determinação jamais partiu do Clube do Remo.

Diante dos fatos ocorridos o Clube registrou o boletim de ocorrência para que todos os fatos sejam devidamente apurados e, se for o caso, os responsáveis respondam dentro dos limites da lei. 

O maior Clube da Amazônia solidariza-se com todos os torcedores que foram prejudicados e cobra veementemente um retorno dos órgãos competentes sobre os fatos. Não nos furtaremos a defender o direito de nossos torcedores e da torcida visitante. 

O Clube informa também que na tarde desta quinta(13), haverá uma reunião interna entre representantes do Remo para buscar soluções para os torcedores prejudicados.

Por fim, reiteramos que o Estádio conta com equipamento de monitoramento por câmeras, o que possibilita o entendimento e a elucidação de onde partiram as ordens de fechamento de portões, causando prejuízo aos torcedores.