Em lembrança aos 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, que vitimou trabalhadores rurais em ação da Polícia Militar, um ato foi realizado nesta segunda-feira, 17, na Curva do S, local da PA-150 no qual o protestantes foram mortos. Houve uma celebração ecumênica enquanto fotos dos trabalhadores foram expostas em um palco.
Dados do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) apontam que 19 pessoas morreram no local do conflito acontecido em 1996, além de mais duas vítimas falecerem no hospital por conta de ferimentos. No local foi montado um memorial com fitas vermelhas e cruzes.
Por conta da tragédia, o MST também relembra a data de 17 de abril como um dia para reforçar a luta pela reforma agrária. Vale lembrar que, segundo relatório divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em 2022, o Pará é líder em conflitos no campo.
O que aconteceu em 17 de abril de 1996?
Na data, um grupo com cerca de 300 trabalhadores protestava na PA-150 e fechou a via ao reclamar da demora do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em desapropriar a Fazenda Macaxeira, de 40 mil hectares. Policiais Militares tentaram retirar os manifestantes com bombas de gás e alegam que alguns manifestantes teriam reagido atirando pedras e pedaços de pau.
A polícia então iniciou os disparos de metralhadora, vitimando 21 manifestantes, além de retirar os corpos do local e destruir provas para dificultar as investigações à época.
Após julgamento, dois comandantes da operação foram punidos: o Coronel Pantoja teve a pena de 208 anos de prisão, mas morreu em 2020., enquanto o Major Oliveira cumpre pena em regime domiciliar, com sentença de 158 anos de prisão. O governador do estado durante o massacre era Almir Gabriel, falecido em 2013, aos 80 anos.