Por volta de 7h da manhã desta quarta-feira,03, policiais da Polícia Federal cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, no condomínio em que ele mora, em Brasília. Os celulares de Bolsonaro e da esposa, Michelle, foram apreendidos.
Seis suspeitos foram presos, entre eles, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel, Mauro Cid. A suspeita é que o grupo tenha falsificado certificados de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro, da ex-primeira dama Michelle, familiares e ajudantes.
A operação de hoje, 03, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, no inquérito das ‘milícias digitais’, que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro não foi alvo de mandado de prisão pela PF, mas ele deve prestar depoimento na sede do órgão, no Distrito Federal, ao longo do dia.
Segundo informações apuradas da GloboNews, o grupo teria incluído informações falsas de certificação de vacinação no sistema do Ministério da Saúde, forjando a vacinação de Bolsonaro, de Michelle, da filha dele de 12 anos, também do ex-ajudante Cid, da mulher dele e da filha.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid”, diz a Polícia Federal.
O intuito da falsificação do certificado de vacina da família Bolsonaro e ajudantes seria para permitir a entrada nos Estados Unidos, burlando as normas sanitárias do país, segundo avanço da investigação da PF. A mesma ainda investiga se outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, estão envolvidos no esquema ilegal.
Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e Rio de Janeiro.
QUANDO OS DADOS FORAM INCLUÍDOS NO SISTEMA?
De acordo com a Polícia Federal, as informações falsas foram incluídas no sistema do Ministério da Saúde em novembro de 2021 e dezembro do ano passado. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
OUTROS ALVOS
Segundo a PF, os outros alvos dos mandados são: o policial militar Max Guilherme e o militar do Exército Sérgio Cordeiro – ambos, seguranças próximos de Bolsonaro e que atuaram na proteção dele durante o mandato presidencial.
DELITOS
Segundo a investigação, o grupo pode responder pelos crimes de infração de medida preventiva, associação criminosa, corrupção de menores e inserção de dados falsos em sistemas de informação.
*Com informações de G1.