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Planos de saúde cancelam contratos de pessoas com deficiência, afirma deputada

Uma série de denúncias de clientes de planos de saúde tem inundado as redes sociais da deputada estadual e presidente da Comissão das Pessoas com Deficiência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Andrea Werner, nos últimos dias. O motivo é o cancelamento unilateral dos contratos de pacientes autistas, pessoas com deficiência e em tratamento oncológico partindo das empresas.

Além de lidar com a súbita suspensão dos atendimentos de saúde, os pacientes foram comunicados da decisão por e-mail, sem a possibilidade de negociação ou diálogo. A ‘justificativa’ da Unimed – uma das operadoras mais denunciadas pelos clientes – é de que a mensalidade paga não cobre as despesas do plano com o paciente. Os pacientes, na maioria, são de São Paulo e Salvador. 

Andrea afirmou que irá acionar o Ministério Público sobre os casos.

“Pessoas que dependem destes planos para ter acesso a terapias, consultas, tratamento para ficar vivo, que estão fazendo tratamento de câncer; pessoas que pagaram durante anos, religiosamente na data para ter acesso ao mínimo de serviços de saúde, foram abandonadas”, relatou a deputada em audiência na Alesp nesta quarta-feira, 3.

A parlamentar revelou ainda que três planos de saúde adotaram a mesma prática, com períodos e mensagens praticamente idênticos. Até esta quarta-feira, 3, ela recebeu mais de 50 denúncias de clientes que se sentiram prejudicados.

“Aqui no Pará não é diferente. O Governo do estado revogou o contrato de todos os servidores temporários que estão de auxílio doença, e consequentemente, interrompeu a continuação do tratamento de saúde pelo plano Iasep. Pessoas com doenças graves, como é o caso da minha mãe. Sendo que o contrato dessas pessoas era pra ser prorrogado até 2024, e como estão doentes, isso não aconteceu. Total discriminação com o servidor. Hoje luto na Justiça para reativarem o plano de saúde dela (minha mãe), e que ela possa viver um pouco mais”, contou ao BT Kamilla.

As operadoras ainda não se manifestaram sobre as denúncias.