Na última quinta-feira, 04, a rede Globo voltou a exibir o Linha Direta, programa jornalístico investigativo que se popularizou no final da década de 1990 e foi cancelado em 2007. Agora sob o comando de Pedro Bial, o Linha Direta voltou à telinha relembrando um dos casos mais impactantes do cenário nacional: o caso Eloá.
Morta por Lindemberg Alves Fernandes em 2008, a jovem Eloá Pimentel tinha 15 anos quando foi sequestrada junto da melhor amiga, Nayara Rodrigues, em Santo André, no ABC Paulista. Na época, Nayara chegou a ser solta pelo sequestrador, mas voltou ao cativeiro por orientação da Polícia Militar para tentar resgatar Eloá. Não deu certo e ela acabou sendo feita novamente refém juntamente com a amiga. Quando a polícia invadiu o cativeiro, Lindemberg matou Eloá e atirou em Nayara.
PROCESSO
O Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu que a decisão da Polícia Militar colocou Nayara em risco. Ao voltar ao cativeiro, Nayara foi baleada no rosto, teve ossos da face fraturados e passou por cirurgias de reconstrução.
O entendimento do juiz foi de que o Estado deveria ser responsabilizado pelos danos causados à jovem. “Dessa maneira, comprovada exaustivamente não só a condutados policiais militares, mas, mais que isso, a culpa patente dos referidos agentes estatais, que resultou nos ferimentos (danos) provocados na segunda apelante, como também o nexo causal entre os danos sofridos por esta e a referida conduta, razão pela qual, patente está o dever do Estado em indenizar a vítima”, escreveu o desembargador Kleber Aquino a respeito da responsabilidade do Estado.