O interrogatório da paraense Manuela Vitória de Araújo Farias, presa em Bali, na Indonésia, por tráfico de drogas, está marcado para esta terça-feira, 9. O depoimento da jovem deveria ter sido ouvido na semana passada, mas a falta de tradutor o impediu de ocorrer, afirma o advogado criminalista Davi Lira, responsável pela defesa de Manuela.
Segundo o advogado, o interrogatório deve ocorrer na madrugada, entretanto, “não há um horário certo de Manuela ser ouvida” pelas autoridades da Indonésia, alegou. Como o horário do país asiático é 10 horas à frente do horário de Brasília, as sessões acabam acontecendo sempre entre 2h e 5h da madrugada, conforme o relógio brasileiro.
A “última etapa do processo” será realizada após o depoimento. Davi Lira diz que “a expectativa é que tudo seja feito ainda neste semestre”. As leis do país podem condenar a jovem a pena de morte, prisão perpétua ou prisão de até 20 anos.
Entenda o caso
Manuela era moradora do bairro do Guamá, em Belém, e foi indiciada por tráfico de drogas, após ter desembarcado em Bali, na Indonésia, com quase 3kg de entorpecentes, em janeiro deste ano. O advogado de defesa afirma que ela foi usada como ‘mula do tráfico’, enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que prometeu férias e aulas de surfe para ela no país asiático.
“Ela passou no aeroporto no Brasil e no Catar. Quando foi do dia 31 [de dezembro] para o dia 1º [de janeiro], foi detida no aeroporto da Indonésia”, relatou o advogado. “Ela foi usada como ‘mula’, termo bem comum no Brasil. Na Indonésia, usaram o termo ‘atravessadora'”, completou.