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Prefeito de Santarém cobra incentivo federal para baixar custo da passagem aérea na Amazônia: “discriminação”

Em Brasília, para participar de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar (União), criticou duramente o tratamento dado pelas companhias aéreas à região norte do país, especialmente ao município de Santarém-PA, que abriga um dos destinos turísticos mais procurados do país, a praia de Alter-do-Chão.

A comissão colocou em pauta nesta terça-feira, 9, o preço das passagens aéreas para a Região Norte. O deputado Duda Ramos (MDB-RR), que solicitou o debate, afirmou que o pós-pandemia veio acompanhado de um aumento expressivo das tarifas aéreas, mas que para os usuários da Região Norte do País a situação é ainda mais crítica.

Aguiar argumentou que não há justificativas aceitáveis para os preços abusivos praticados pelas empresas de aviação na região. “Para mim está claro que existe por parte das empresas aéreas, com a conveniência da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), um tratamento diferenciado para a região Norte. Nós estamos sendo tratados como se fôssemos brasileiros de 2ª ou 3ª categoria e nós não vamos aceitar isso. O mesmo respeito que há para a região sul e sudeste tem que haver para quem mora lá na Amazônia, porque a Amazônia não é só árvore, não é só rio; na Amazônia tem pessoas”, disparou o gestor municipal.

Ainda em sua fala, Nélio Aguiar chamou de “discriminatória” a disparidade de preços das passagens aéreas no norte em comparação com o sul e sudeste do Brasil.

“Como nortista eu me sinto discriminado. (…) E logo o norte, que fornece energia para o Brasil todo, várias hidrelétricas na Amazônia; o norte que fornece a bauxita, o minério, para a indústria instalada principalmente no sul e no sudeste. É isso que a gente ganha? Esse que é o retorno de ser o celeiro do país?”, questionou Aguiar.

Duda Ramos avaliou o efeito para a população nortista.

“Quase não há opções em conta, em termos de preço absoluto. Isso limita o acesso ao serviço de transporte aéreo, deixando fora do mercado um conjunto de consumidores que, por sua renda média, poderia fazer uso do avião se morasse em outras cidades do País, mais integradas e mais próximas umas das outras”.

O prefeito de Santarém lamentou que o turismo na região esteja sendo afetado.

“É um desserviço o que a Anac e o que as companhias aéreas vêm fazendo em relação ao turismo na Amazônia. Poderiam estar contribuindo com o nosso desenvolvimento. Poderíamos estar abarrotados de turistas, mas o próprio preço das passagens afasta as pessoas e elas vão conhecer Buenos Aires, Lima, e não conhecem seu próprio país”, finalizou.

Foram convidados para discutir o assunto, entre outros, o superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Adriano Miranda; e a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro.

Com informações da Agência Câmara de Notícias