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Justiça condena bolsonaristas envolvidos em tentativa de explosão de bomba em Brasília; um deles era empresário no Pará

O juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, condenou os três envolvidos no atentado a bomba ocorrido nas proximidades do aeroporto do Distrito Federal, em dezembro do ano passado. De acordo com a decisão, George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues deverão cumprir penas de nove anos e quatro meses e de cinco anos e quatro meses, respectivamente, em regime inicial fechado. Ambos estão presos preventivamente pelo crime. Já em relação a Wellington Macedo de Souza, que está foragido, o processo foi desmembrado.

De acordo com o entendimento do judiciário, Wellington, George e Alan expuseram a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio das pessoas, ao colocarem dinamite ou substância de efeitos análogos em um caminhão-tanque carregado de combustível. Ele pontua que as investigações da Polícia Civil de Brasília mostraram que os três se encontraram “durante as manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais, em frente ao Quartel-General do Exército, quando decidiram se unir para praticar os delitos”.

“O objetivo dos denunciados era cometer infrações penais que pudessem causar comoção social a fim de que houvesse intervenção militar e decretação de Estado de Sítio”, escreve Tovani, na sentença. Para tanto, George transportou, em 12 de novembro, da sua cidade natal no Pará, diversas armas de fogo, dinamite, acessórios e munições. “O propósito dele seria distribuir os armamentos a indivíduos dispostos a usá-los no cumprimento de seu intuito: garantir distúrbios sociais e evitar a propagação do que ele denomina como comunismo”. 

TRAJETÓRIA

Já em frente ao QG, em 23 de dezembro, George, Alan, Wellington e outros manifestantes não identificados elaboraram o plano de utilização de artefato explosivo para detonação em lugares públicos, segundo o inquérito. Nesse mesmo dia, George teria conhecido um indivíduo que lhe forneceu um controle remoto e quatro acionadores, instrumentos colocados junto às dinamites para criação da bomba.

Wellington então teria se deslocado até o aeroporto de Brasília e colocado a bomba no eixo traseiro de um caminhão-tanque que estava estacionado aguardando o momento de se aproximar da base aérea para ser desabastecido. O veículo estava carregado de querosene de aviação e tinha capacidade para 60 mil litros. Antes de a bomba explodir, entretanto, um motorista percebeu a presença do artefato e o retirou do local.

George e Alan foram condenados pelos crimes de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão e de causar incêndio. O primeiro também responde por porte ilegal de arma.

*Com informações de O Globo.