Nesta segunda, 22, o úlimo capítulo da centenária samaumeira do CAN – Centro Arquitetônico de Nazaré começou. Ela teve lesões na parte externa do vegetal causadas pela urina humana, sobretudo de pessoas que frequentam constantemente a Praça Santuário.
“Há cerca de dez anos, essa samaumeira sofreu uma lesão causada pela urina de seres humanos. As pessoas usavam a raiz da árvore como banheiro, e o ácido úrico deixa a terra e a raiz sempre úmidas, juntando com o nosso clima, isso prejudica a saúde do vegetal. Então, nesse período, houve um tratamento e conseguiram curar a lesão na parte externa, mas na parte interna não, e essa lesão provocou a queda de parte da copa da árvore. Por isso, é importante que a população tenha conscientização e preserve não só essa árvore, mas todas na capital”, advertiu diretor de Áreas Verdes Públicas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Kayan Rossy.
Segundo os órgaos que estão à frente dos trabalhos de remoção da samaumeira, os esforços devem levar de 8 a 10 dias para a retirada do vegetal que será removido por partes, desde a copa, passando pelos galhos, tronco e raiz. Além da árvore, a estrutura da praça que acolhia a samaumeira também será readequada depois da remoção da árvore.
O ácido úrico se forma em nosso organismo como resultado do metabolismo das purinas, que são tipos de proteínas encontradas em diversos alimentos. Parte desse ácido é eliminada pelos rins através da urina e outra parte permanece circulando no sangue.
HISTÓRICO
Em cinco de fevereiro deste ano uma grande parte da árvore tombou na praça e colocou em risco a vida e sustentação da árvore, que desde então não conseguiu mais se regenerar, apesar das ações de salvamento da Semma em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que trabalha em parceria com a secretaria para cuidar da arborização da cidade e, em especial, dos trabalhos pela manutenção da existência e vida da samaumeira. Porém, depois de quatro meses de esforços, a centenária de cerca de 120 anos e 23 metros de altura não resistiu aos ataques de pragas e à umidade.
A REMOÇÃO
A decisão da supressão do tronco da árvore foi resultado de um laudo elaborado por técnicos da Universidade Rural da Amazônia (Ufra) e da Semma, que orientou pela retirada total do tronco, considerando que a possibilidade de rebrotamento da samaúma estava totalmente descartada, segundo a análise dos especialistas.
Segundo o professor da Ufra, Cândido Ferreira Neto, não haveria outra solução. O tronco da árvore está oco, devido ao ataque de pragas, que se deu por cima e permitiu a entrada de água e, nesses casos, o vegetal não consegue mais se recuperar.
De acordo com a secretaria, a operaçãode remoção da samaumeira é inédita em Belém.
DESTINAÇÃO DA MADEIRA
Todo o material, produto da supressão do tronco da samaumeira será depositado na Granja Modelo e a destinação final ainda será decidida. Uma reunião nesta segunda, 22, entre representantes da Semma, Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) e Diretoria da Festa de Nazaré vai definir como será requalificado o local onde estava plantada a samaúma.
Por fim, uma reunião com a Diretoria da Festa do Círio de Nazaré, ainda nesta segunda, 22, deverá definir qual nova espécie será plantada para substituir a samaumeira centenária do CAN.
*Com informações de Agência Belém.