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Cientista paraense recebe premiação nacional por pesquisa com plantas na Amazônia; conheça

professora da UFPA destacou a importância da representatividade feminina e da Região Norte na produção científica.

A professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Joyce Kelly Rosário da Silva, foi premiada no 6º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química, que ocorreu na última terça-feira, 30, durante a 46ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), em Águas de Lindoia, São Paulo. O projeto vencedor foi um estudo desenvolvido pela cientista paraense com óleos essenciais produzidos a partir de plantas da Amazônia.

Associada ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFPA, a pesquisadora venceu na categoria Líder Emergente. Também foram premiadas Evelin Andrade Manoel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na categoria Líder Acadêmica; e Aline Machado de Castro, da Petrobras, na categoria Líder na Indústria. Cada vencedora recebeu um prêmio em dinheiro no valor equivalente a R$ 10 mil.

Em entrevista à Galileu, a paraense destacou a importância da representatividade feminina e da Região Norte na produção científica. “Acho que é importante olharmos para pesquisadores dessa localidade, quando ocorre de alguém daqui ganhar uma premiação, como foi o meu caso dessa vez, isso reverbera de uma forma muito positiva para todos os pesquisadores da região”, avaliou a vencedora.

A PESQUISA

Com 100 artigos científicos publicados, a pesquisadora desenvolve estudos em produtos naturais com foco na composição química e nas propriedades biológicas de óleos essenciais da Amazônia. Doutora em química orgânica, Joyce identifica a característica de cada óleo essencial por meio de suas pesquisas, podendo direcioná-los para uma utilização específica nas mais diversas áreas.

“Meu trabalho possui inúmeras vertentes. Uma delas é o estudo de bioprospecção, que é basicamente um inventário que fazemos de plantas produtoras de óleos essenciais da Amazônia. Essas análises são ensaios biológicos que nos dão um direcionamento da aplicação deste óleo essencial”, conta a química, em entrevista à Galileu. É no processo de bioprospecção que os especialistas descobrem qual é a planta e se ela é uma produtora de óleo.

A partir desses estudos, Joyce, juntamente a uma equipe multidisciplinar, avalia onde cada substância pode ser utilizada. A pesquisadora relata que existem óleos que podem ser usados como novos fármacos na fabricação de um analgésico ou até um antitumoral. Outros, no entanto, se destacam na aplicação cosmética. Há também aqueles de uso agronômico, que possuem atividade herbicida, inseticida e fungicida para controlar pragas.

*Com informações de Revista Galileu.