“Eu utilizava o anticoncepcional oral e sempre tive problemas com cólicas. E o medicamento não era eficaz para as dores. Por isso, optei pela inserção gratuita do DIU, pois não provoca infertilidade. Se eu quiser engravidar, o DIU, de cobre, pode ser retirado a qualquer momento”, explicou Maria Luíza Aguiar, estudante de Psicologia, na manhã desta terça-feira no atendimento gratuito de Inserção do Dispositivo Intrauterino na Unidade Básica de Saúde da Marambaia.
Maria Luiza já marcou o retorno para avaliação da ultrassonografia, medicamentos para cólica e acompanhamento.
O atendimento gratuito de inserção do DIU para as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma ação continuada da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).
O DIU é um dispositivo intrauterino pequeno e flexível que deve ser inserido pelo médico no interior da cavidade uterina, sendo um método anticoncepcional de longo prazo.
É um método contraceptivo que impede o encontro do óvulo com o espermatozoide por meio de alterações bioquímicas e morfológicas no endométrio e muco cervical.
Método mais utilizado em Belém
Atualmente, a inserção do DIU de cobre é o método contraceptivo mais utilizado no município de Belém. “É importante lembrar que a laqueadura, pelo Sistema Único de Saúde, é irreversível e que a opção pelo DIU, além de ser um procedimento eficaz, é reversível e a mulher pode voltar a ter sua fertilidade assim que desejar e não precisa ficar lembrando de tomar o anticoncepcional”, ressalta Aline Gobbo, referência técnica em Saúde da Mulher da Sesma.
A inserção do DIU de cobre tem eficácia comprovada em 99,3% dos procedimentos registrados e não tem eficiência diminuída com a interação com outras medicações.
Da adolescência à menopausa
O DIU de cobre pode ser utilizado desde a adolescência até a menopausa. Uma mulher que nunca passou por uma gestação, mesmo adolescente, e aquela que passou por uma cirurgia cesariana podem ser candidatas ao uso do DIU.
“O DIU de cobre pode ser inserido em qualquer época do ciclo menstrual. Tem durabilidade de 10 anos. Não tem hormônio, sua ação é local, o período de adaptação é de seis meses e, a cada 10 anos, a usuária poderá fazer uma nova inserção”, ressalta Hebert Teixeira, ginecologista e obstetra que atende na UBS Marambaia.
O DIU de cobre também pode ser usado por mulheres que estão amamentando e não interfere na produção, quantidade e qualidade do leite materno.
Implantação do DIU
Hoje, o serviço de inserção pode ser acessado na UBS da Marambaia e o Hospital Geral de Mosqueiro, que são referências na implantação do DIU no município de Belém.
Para a usuária de outras localidades, a unidade básica de saúde mais próxima é porta aberta para o procedimento. O processo é simples: entrar em contato com o posto de saúde do bairro, realizar o planejamento familiar reprodutivo e fazer os exames necessários.
O setor de enfermagem entra em contato com a UBS Marambaia para marcar o melhor dia e hora para a implantação do DIU, que está sendo por demanda espontânea, ou seja, sem agendamento de longa data. Quarenta dias depois da inserção, é necessário o exame de ultrassonografia para verificar se está tudo correndo bem. E a usuária recebe uma carteira de acompanhamento.
Mais 5 unidades vão oferecer o DIU
A Sesma anuncia que, até o final desse ano, mais cinco unidades municipais de saúde estarão equipadas como referências no serviço gratuito de inserção do DIU em Belém.
*Com informações de Agência Belém