O presidente da Rússia, Vladimir Putin, publicou um comunicado na manhã desta segunda-feira, 26, no qual ele parabeniza membros de um fórum industrial. Essa foi a primeira fala pública do líder russo desde o encerramento do motim armado do grupo mercenário Wagner.
Também nesta segunda-feira, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, apareceu pela primeira vez desde que um acordo foi fechado no sábado para encerrar a rebelião. Putin prometeu adotar as ‘medidas necessárias’ sobre o levante do grupo de mercenários.
Em um vídeo divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Ministério da Defesa da Rússia, Shoigu foi mostrado voando em um avião com um colega e ouvindo relatos em um posto de comando administrado pelo grupo militar Zapad a oeste da Rússia. Por outro lado, o líder do grupo paramilitar, Yevgeny Prigozhin, está sumido desde a noite sábado, 24, quando para Belarus, intermediado pela custódia do presidente e aliado de Putin, Aleksandr Lukashenko. Será que Putin realmente perdoa quem se levante contra ele?
Durante a crise na qual o Grupo Wagner assumiu o controle do quartel-general militar da Rússia no sul do país, o líder dos mercenários, Yevgeny Prigozhin, exigiu que Shoigu e Valery Gerasimov, o chefe do Estado-Maior, fossem entregues a ele para que ele pudesse “restaurar a justiça.”
Prigozhin acusou os dois homens de incompetência e corrupção grosseiras e há muito tempo lutava por sua remoção.
Gerasimov não foi mais visto em público desde então, e não houve notícias do Kremlin sobre novas mudanças de pessoal quando descreveu o acordo que encerrou o motim.
O acordo, conforme descrito publicamente pelo Kremlin, fez com que as acusações criminais contra os amotinados fossem retiradas em troca de seu retorno aos campos. Prigozhin se mudará para Belarus sob o acordo.
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O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira que o movimento do grupo mercenário mostrou rachaduras e fragilidades do poder militar russo.
“O monstro que (o presidente russo Vladimir) Putin criou com Wagner, o monstro o está mordendo agora, o monstro está agindo contra seu criador”, disse ele.
“Não é bom ver que uma potência nuclear como a Rússia pode entrar em uma fase de instabilidade política”, afirmou.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse nesta segunda-feira que estava cancelando o regime antiterrorista imposto na cidade durante a rebelião do grupo Wagner.
Sobyanin fez o anúncio em um comunicado publicado no aplicativo de mensagens Telegram na segunda-feira.
A mídia russa citou os escritórios locais do Serviço Federal de Segurança (FSB) dizendo que regimes semelhantes foram cancelados nas regiões de Voronezh e Moscou.
Separadamente, o Comitê Nacional Antiterrorismo da Rússia disse que a situação no país era “estável”.
*Com informações de G1.