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Em Minas Gerais, polícia investiga furto de fontes radioativas de Césio-137

A Polícia Civil de Minas Gerais está investigando o roubo de duas fontes de Césio-137 de uma mineradora em Nazareno (MG). A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do governo federal, também está envolvida nas investigações.

A mineradora AMG afirma que os equipamentos desapareceram em 29 de junho. Tão logo o furto foi percebido, a empresa acionou a polícia, registrou um boletim de ocorrência e notificou as autoridades responsáveis pela fiscalização.

Em comunicado, a mineradora expressou profundo pesar e preocupação pelo impacto que o roubo pode ocasionar às comunidades vizinhas, reiterando seu compromisso com a segurança e o bem-estar de todos. A AMG afirmou que está empenhada em resolver a situação o mais rápido possível.

Equipes da CNEN devem se dirigir à cidade nesta quarta-feira, 5 de julho.

O QUE SÃO AS FONTES

As fontes que foram furtadas são de Césio-137 e são feitas de material cerâmico. Elas possuem um encapsulamento duplo em aço inoxidável e são externamente blindadas com aço inoxidável resistente a impactos. Cada fonte tem uma atividade individual de 5 MCI (meios de contraste iodado) e eram usadas em equipamentos medidores de densidade. Essas fontes são classificadas como de baixo risco, com uma classificação de risco de 5.

Os MCI são compostos que contêm iodo como elemento radiopaco. Quando introduzidos no organismo, aumentam a sensibilidade e a especificidade das imagens radiográficas.

A mineradora afirma que, quando as fontes são utilizadas corretamente em medidores de densidade de polpa, elas não representam riscos. No entanto, seu manuseio inadequado pode apresentar riscos à saúde.

Segundo a CNEN, apesar das fontes serem de Césio-137, sua atividade é cerca de 300 mil vezes menor do que a do acidente de Goiânia, considerado o maior acidente radiológico do mundo em setembro de 1987.

A Comissão também informou que essas fontes são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas reforçou que a busca deve seguir para evitar exposições desnecessárias.