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“Expulsar de forma mais violenta”, diz ministra sobre garimpeiros em território Yanomami

A expectativa do Ministério dos Povos Indígenas é que, até o fim deste ano, espera expulsar todos os garimpeiros que estão no território Yanomami. Para isso, a ministra da pasta, Sônia Guajajara, foi contundente ao afirmar que é preciso agir de forma mais violenta para retirá-los.

“Conseguimos retirar 82% dos garimpeiros. Tem uma situação bem mais violenta e perigosa porque tem aquelas pessoas que resistem a sair do território, se escondem e estão provocando conflitos. Essa fase final está bem mais difícil”, disse.

Na semana passada, mais um conflito entre indígenas e garimpeiros ilegais foi registrado dentro da Terra Yanomami, que resultou na morte de uma menina de sete anos.

“Segundo informações das próprias lideranças, são pessoas ligadas ao narcotráfico e ao crime organizado as que querem ficar ali. E, realmente, estão ali provocando conflitos de indígenas com indígenas, para fazer de conta que são problemas internos, mas, na verdade, é uma consequência do garimpo ainda”, disse.

O assessor político da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Marcos Sabarú, explica que o problema não é exclusivo dos Yanomami, e que esses não são fatos isolados. Tudo faz parte de um problema histórico de séculos, e de toda a humanidade.

“Um problema que se arrasta, é crônico e não dá para achar que é um problema de Roraima, porque essa realidade existe em outras terras”, disse. “Eu acho que é uma questão de política pública nos povos indígenas. Então, também é um problema internacional. Quem compra esse ouro [extraído ilegalmente]? Esse ouro está indo para onde? Vai para os Estados Unidos, vai para o Reino Unido, o ouro, a madeira. Então é um problema de política, é um problema internacional”, completou.

A MORTE DA MENINA

O corpo da criança de sete anos foi encontrado pelos bombeiros de Roraima, na última sexta-feira, 7, após três dias de busca na região do rio Parima. De acordo com a corporação, o corpo foi entregue para a família realizar os rituais indígenas de despedida.

Na última segunda-feira, 3, cinco pessoas indígenas ficaram feridas e a criança foi assassinada, após conflitos com armas de fogo dentro da terra Yanomami. A Apib denuncia a ocupação por garimpeiros ilegais na terra indígena e pede que o governo federal adote medidas mais efetivas na região.

Um dia após os ataques que levaram à morte da menina o governo federal informou, em nota conjunta, que vem prestando atendimento aos feridos no local e que trabalha de maneira articulada para executar as operações de “expulsão de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami”.

*Com informações de Agência Brasil.