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Relatório da ONU mostra que Brasil tem 21 milhões de pessoas com fome

A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou, nesta quarta-feira, 12, dados sobre a insegurança alimentar da população brasileira. O estudo mostrou que, de 2014 e 2016, o número de pessoas em situação de vulnerabilidade era 4 milhões (1,9% da população) e, agora, cresceu para 21,1 milhões (9,9%), de 2020 a 2022.

Além disso, 70,3 milhões de brasileiros não têm acesso à alimentação, em um quadro de insegurança alimentar (quando não há acesso físico, econômico e social a alimentos de forma a satisfazer as necessidades de uma pessoa) considerada moderada ou severa.

Já a fome absoluta (quando não há o que comer) apresenta números melhores do que há 20 anos. Entre 2004 e 2006, essa taxa entre a população brasileira era de 6,5%. Entre 2020 e 2022, ela ficou em 4,7%. Isso significa que a população brasileira em condição de fome absoluta passou de 12,1 milhões de pessoas para 10,1 milhões.

A pesquisa foi divulgada nesta quarta pela ONU, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

No mundo, mais de 122 milhões de indivíduos foram empurrados para a fome desde 2019. Atualmente, cerca de 735 milhões estão em situação de insegurança alimentar. A pesquisa da ONU atribui esse acréscimo a múltiplas crises.

É importante ressaltar que o período analisado compreende a fase mais severa da pandemia de Covid-19, quando cerca de 700 mil brasileiros morreram em decorrência da doença.

O resultado apresentado pela ONU contrapõe a narrativa adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Quando, em 2022, o político de extrema-direita afirmou que a “fome para valer” não existe no país.

*Com informações de Metrópoles