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Atletas paraenses estão há quatro dias em aeroporto de SP e denunciam golpe de agência de viagens

Imagina perder o sonho de uma vida e ainda passar por todo tipo de privação tentando voltar para casa. Esse é o relato de três atletas paraenses de MMA, são eles: Romero Reis, Wellington Roque e Felipe Oliveira, que vem dos municípios de Santa Luzia do Pará e Capanema e iriam embarcar para Bogotá, na Colômbia, onde participariam de um evento esportivo, mas não foi como eles imaginavam.

Os atletas estão ‘presos’ no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ou seja, sem nenhum tipo de auxílio, desde a tarde da última terça-feira, dia 11 de junho, e permanecem no local até a tarde deste sábado,15, sem ter como ir até a Colômbia e também sem ter como retornar para suas casas.

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Romero, Wellington e Felipe afirmam que foram vitimas de um golpe e passam por dificuldades enquanto estão no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (Foto: arquivo pessoal)

O BT conversou com o lutador Romero Reis, que relatou o caso. Segundo a vítima, devido a problemas com a agência de viagens contratada, eles não puderam embarcar e acabaram perdendo a competição, além de estar há 4 dias sem dinheiro e sem auxilio para retornar. Romero relatou que eles estão dormindo em bancos do aeroporto, e só conseguiram fazer uma refeição hoje, dia 15, após receber doações de pessoas para poder comprar comida.

Romero, Wellington e Felipe afirmam que foram vitimas de um golpe e passam por dificuldades enquanto estão no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (Foto: arquivo pessoal)

Além de não poderem competir, pela ausência no local das competição, eles afirmam que vão enfrentar multas individuais de R$ 2.000 cada, totalizando R$ 6.000, valor esse imposto em contrato com o local do evento. Os lutadores eram os únicos paraenses disputando o título.

Os três lutadores também afirmam que investiram R$ 14.000 na agência de viagens para poder chegar ao destino em segurança e agora aguardam o ressarcimento do valor.

Romero, que foi campeão peso mosca na Colômbia em 2022, também relatou ao BT que a agência havia prometido resolver qualquer problema que poderia acontecer, mas quando chegaram ao aeroporto em São Paulo, na terça, dia 11, já não conseguiram fazer o embarque para o país da competição, já que os mesmos chegaram em cima da hora do embarque, não tendo assim tempo de passar pelos trâmites legais para embarcar no voo para a Colômbia. A agência foi acionada para resolver a situação, e conseguir novas passagens, mas a solução não veio. 

Ele conta que essa seria sua quarta viagem com a agência em questão, e que não teve problemas anteriores com a mesma, e por isso a surpresa e decepção pelo ocorrido. Eles tentam contato com o responsável pela agência há dias mas até o momento, não obtiveram sucesso. 

Veja o vídeo publicado nas redes sociais:

Após perder a competição, que acontece na noite deste sábado na Colômbia, já que não chegariam a tempo, os atletas esperavam registrar um Boletim de Ocorrência em São Paulo, mas foram aconselhados a fazê-lo em Belém, por ser o local onde está a agência denunciada. Romero relatou em conversa com o BT que eles buscam a ajuda de um advogado para tentar resolver a situação.

O atleta, que por não comparecer ao evento perdeu o seu título, falou sobre a frustração que foi ver anos de trabalho perdidos: “Além do dinheiro perdido, teremos problemas com os patrocinadores. São anos invertidos na minha carreira de atleta”, contou.

Na competição, além dos atletas que iriam representar o Pará e o Brasil, também estão convocados competidores do México, Equador e Colômbia.

Enquanto isso, os lutadores continuam enfrentando dificuldades e aguardam ansiosos pelo retorno para casa, já que participar da competição já não é mais possível.

O QUE DIZ A AGÊNCIA?

O BT entrou em contato com a CRZ Viagens, a agência acusada, que respondeu após a publicação desta matéria. O local afirmou: “Fizemos as passagens mas os mesmos perderam o voo internacional. Tentamos refazer porém sem sucesso. Ainda hoje iremos fazer o ressarcimento do valor que nos foi depositado” . disse o perfil da agência nas redes sociais.

Ainda ao BT, ele negaram a alegação de golpe além de afirmarem que o valor recebido foi diferente do relatado pelos atletas: “O valor que eles alegam ter pago também não é verdade. 3.500 cada. Temos todos os comprovantes. Assim que fizermos a devolução, também iremos nos posicionar nas redes sociais.” concluiu o local.

O governo do Pará entrou no caso para ajudar os atletas e disse em nota que:

“Com a ajuda Governo do Pará, os atletas paraenses de MMA, vítimas de um golpe de compra de passagens aéreas adquiridas com uma empresa na internet, garantiram as passagens aéreas para retornarem a Belém. O Governo lamenta o caso e se solidariza pelo transtorno que os lutadores enfrentaram nos últimos dias”.