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26 de julho: dia de Sant’Ana na igreja católica, e de Nanã Buruquê nas religiões de matriz africana 

Hoje, 26 de julho, é comemorado o Dia dos Avós. Além disso, é celebrado também o Dia de Sant’Ana, na igreja católica, e da orixá Nanã, nas religiões de matriz africana. Por ser a orixá mais velha e segundo a mitologia iorubá, ter participado da criação da humanidade, ela é considerada a avó de muitos orixás, assim como Sant’Ana, a avó de Jesus Cristo. Ambas simbolizam a força da natureza feminina na criação divina. No sincretismo religioso, Sant’Ana representa Nanã.Acredita-se que Santa Ana influenciou a educação de Jesus e, por isso, além de padroeira dos avós e invocada por quem não consegue ter filhos, é também padroeira da educação.

Nanã Buruquê, orixá da sabedoria, das águas paradas e regente do portal entre o mundo dos vivos e o dos mortos. 

Quem é Sant’Ana:
Santa Ana ou Sant’Ana é a mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus. Sobre ela, porém, há poucos dados biográficos. As referências que chegaram até nós sobre os pais de Maria foram deixadas pelo Proto-Evangelho de Tiago, um livro escrito provavelmente no primeiro Século e que não faz parte dos Evangelhos Canônicos, ou seja, aqueles reconhecidos pela Igreja como oficiais. Porém, o Evangelho de Tiago é uma obra importante da antiguidade e citada em diversos escritos dos padres da Igreja Oriental, como Epifânio e Gregório de Nissa.

O nome “Ana” vem do hebraico “Hanna” e significa “graça”. Santa Ana era de família descendente do sacerdote Aarão. Ela era esposa de um santo: São Joaquim que, por sua vez, era descendente da família real de Davi. Nesse casamento estava composta a nobreza da qual Maria seria descendente e, posteriormente, Jesus.

Santa Ana se casou jovem como toda moça em Israel naquele tempo. A tradição diz que São Joaquim era um homem de posses e bem situado na sociedade. Ambos viviam em Jerusalém, ao lado da piscina de  Betesda, onde hoje está a Basílica de Santana. O casal se relacionava com pessoas de todo Israel, especialmente nas festas em Jerusalém.

Santa Ana, porém, tinha um grave problema: era estéril. Não conseguia engravidar mesmo depois de anos de casada. Em Israel daquele tempo a esterilidade era sempre atribuída à mulher, por causa da falta de conhecimento. A mulher estéril era vista como amaldiçoada por Deus. Por isso, Santa Ana sofreu grandes humilhações. São Joaquim, por sua vez, era censurado pelos sacerdotes por não ter filhos. Tudo isso fazia com que o casal sofresse bastante.

Santa Ana e São Joaquim, porém, eram pessoas de fé e confiavam em Deus, apesar de todo sofrimento que viviam. Assim, num dado momento da vida, São Joaquim resolveu retirar-se no deserto, para rezar e fazer penitência. Nessa ocasião, um anjo lhe apareceu e disse que suas orações tinham sido ouvidas.

Ao mesmo tempo o anjo apareceu também a Santa Ana confirmando que as orações do casal tinham sido ouvidas. Assim, pouco tempo depois que São Joaquim voltou para casa, Ana engravidou. Parece que através do sofrimento, Deus estava preparando aquele casal para gerar Maria, a virgem pura concebida sem pecado.

Segundo a Tradição cristã, no dia 8 de setembro do ano 20 a. C., Santa Ana deu à luz uma linda menina à qual o casal colocou o nome de Miriam, que em hebraico, significa “Senhora da Luz”. Na tradução para o latim ficou “Maria”. A vergonha tinha ficado para trás. E daquela que todos diziam ser estéril nasceu Nossa Senhora, a mãe do Salvador.

Santa Ana e São Joaquim são de fundamental importância na História da Salvação. Não só pelo nascimento de Maria, mas também pela formação que deram à futura Mãe do Salvador.

Quem é Nanã Buruquê:
Nanã Buruquê, Buruku, ou Buluku é a Senhora da Criação. Orixá temida por ser, muitas vezes, intransigente e austera é respeitada como a mais velha das Yabás (orixá feminino). De temperamento brando, acolhe e orienta seus filhos, como uma grande matriarca de muita sabedoria. Ela representa a velhice, a experiência da vida e os aprendizados mais profundos. Seus domínios são os lagos, pântanos, lama e os encontros do rio com o mar.

Na mitologia Iorubá, Nanã auxiliou Olorum (o Criador) na modelagem dos seres humanos. Usou o seu ibiri (cetro e arma) para retirar do fundo do lago a lama para a criação dos homens. Ela teve dois filhos Oxumarê o filho belo e Omulu, o filho feio. Ela é considerada justiceira e possui o poder de comandar os eguns (espíritos dos mortos). Por isso é responsável pela entrada (encarnação) e saída (desencarnação) do planeta.

Ela limpa a mente dos espíritos desencarnados para que possam se livrar dos sofrimentos da sua jornada, reencarnando sem os rastros da vida anterior. Por isso, quando envelhecemos, ao decorrer dos anos, começamos a perder a memória.

Ela também é a protetora dos doentes, desabrigados, deficientes e idosos. Senhora de muitos búzios, ela sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza.

Saluba Yá!