A empresa do ex-bombeiro Maxwell Simões, preso na segunda-feira, 23, por suspeita de participação no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, não funciona no endereço cadastrado na Receita Federal. A Polícia Federal apura se Suel, como é conhecido, usa a firma para lavar dinheiro e simular um emprego, como forma de tentar sair do regime domiciliar fechado.
Preso em maio do ano passado na Operação Calígula, Suel estava em prisão domiciliar. A operação mirou também a delegada Adriana Belém, investigada por favorecimento da milícia e do jogo do bicho.
O Metrópoles visitou o endereço registrado na Receita Federal da suposta empresa de carros MaxSpeed, no shopping Vogue Square, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Não há qualquer registro do nome de Maxwell no banco de dados da portaria das salas comerciais. Os funcionários interfonaram para a sala, mas ninguém atendeu.
Além disso, os funcionários da portaria informaram que no número da sala indicada pela Receita Federal, a 391, funciona uma clínica de estética, e não uma empresa de carros.
Segundo a Polícia Federal, a Maxspeed não transferiu nem recebeu dinheiro de Suel desde 2021, quando foi aberta. Até março deste ano, constava como sócia da empresa uma mulher chamada Edilaine Rohden, que, após deixar a sociedade, continua sócia de Suel em outro CNPJ, a “Rohden Consultoria Automotivas”.
A empresa movimentou, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), R$ 5,3 milhões em três meses. Os valores, segundo o Coaf, são incompatíveis com as rendas declaradas por Suel e sua sócia, que recebem salário mensal de R$ 6 mil cada.