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Alertas de desmatamento batem recorde no Cerrado; na Amazônia, área é a menor em 4 anos

Os alertas de desmatamento bateram recorde no Cerrado, o segundo maior bioma do país, e chegaram ao menor índice em quatro anos na Amazônia, segundo dados do Inpe divulgados nesta quinta-feira, 5.

Com 6.359 km² de área derrubada entre agosto de 2022 e 31 de julho deste ano (quase o tamanho de Macapá, capital do Amapá), o Cerrado teve o pior resultado na sua série histórica do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que começou a ser medida entre 2017 e 2018.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) usa esse intervalo, do meio de um ano ao meio do ano seguinte, como ano-referência para calcular o desmatamento anual.

Na Amazônia, o acumulado de alertas no mesmo período foi de 7.952 km² (extensão equivalente à área de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul). Esse é o menor valor em quatro anos.

Quando comparado com a temporada de 2021/2022, o atual período registrou queda de mais de 7% no acumulado de alertas, redução que equivale a uma área de 638 km².

O recorde na série histórica da Amazônia havia sido entre agosto de 2019 e julho de 2020, quando 9.216 km² de alertas foram computados.

Os dados do Inpe foram divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

Amazônia: queda de 66% em julho

Na divulgação dos dados nesta quinta, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, enfatizou a queda de 66% no desmatamento registrada em julho na Amazônia.

Como, tradicionalmente, julho é o mês com o maior índice de desmatamento na região, o cenário inédito de queda surpreendeu a pasta: com 500 km² desmatados, a Amazônia teve o menor número de alertas num mês de julho em 5 anos.

Ao longo do último semestre, houve redução de 42,5% no desmatamento. Essa queda expressiva, segundo Capobianco, é um sinal positivo de que as medidas implementadas começam a surtir efeito na reversão da curva do desmatamento.

“Recebemos [os índices de desmatamento] em aceleração e, após 7 meses de trabalho, estamos revertendo isso”, disse o secretário.

Os dados em relação à Amazônia também foram comemorados pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Temos um ciclo virtuoso de não mais certeza da impunidade. E aí, cada um que comete o crime pensa antes de cometer.

*Com informações de G1