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Mãe de Isabella Nardoni critica regime aberto de Jatobá e diz ter sido contra documentário da Netflix

Nesta quinta-feira, dia 17, a Netflix estreia o documentário “Isabella: O Caso Nardoni”, que relembra o assassinato da menina de 5 anos, morta pelo próprio pai e pela madrasta no dia dia 29 de março de 2008.

Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, contou em entrevista ao UOL que relutou em participar da produção, mesmo aprovando a iniciativa do documentário.

Ana Carolina disse que achou o documentário uma boa ideia, mas repensou participar da produção dando seu depoimento por causa de seus filhos, Miguel, de 7 anos, e Maria Fernanda, de 3: “Quando o Claudio Manoel (codiretor de Isabella: O Caso Nardoni) me procurou para conversar, achei uma boa ideia inicialmente, no sentido de que é a história da minha vida, uma história que marcou e ajudou muitas pessoas. Apesar de 15 anos passados, casos de violência contra crianças ainda acontecem. Então, vi uma oportunidade de contar essa história para que a minha filha não fosse nunca esquecida, apesar de que por mim ela nunca será”, Disse ela para o Splash, do portal UOL.

Ana Carolina com o filho Miguel, em foto de 2016. Foto: Sérgio Fernandes/G1

“Mas depois liguei para o Claudio falando que achava que era muito delicado, que isso ia mexer com feridas, porque hoje isso envolve meus filhos. Tenho um filho de 7 anos que sabe que tem uma irmã mais velha, mas não sabe a realidade dos fatos. Aí, eu desisti, mas depois voltei atrás. O meu propósito em aceitar fazer parte desse projeto foi que essa história e tantas outras que não foram contadas não sejam esquecidas”, Afirmou ela.

DOR QUE AINDA EXISTE:

Ela conta que topou participar por pensar em outros casos de crianças que também sofreram violência, mas que não ganharam a devida repercussão: “O que todo pai e toda mãe procuram quando perdem o filho numa tragédia é justiça. O trâmite do processo –o julgamento, a condenação– é um processo de luto pelo qual você vai passando. Ver a justiça ser feita acalma o coração. Óbvio que 15 anos depois toda aquela dor é mais branda, mas ela existe. Eu me tratei muito para chegar ao nível em que estou hoje e poder falar do assunto.”, disse Ana Carolina.

REGIME ABERTO DE ANA CAROLINA JATOBÁ

Ainda em entrevista para a UOL, Ana Carolina falou da pena de Ana Carolina Jatobá, madrasta de Isabella e condenada por seu assassinato junto com Alexandre Nardoni, pai, e também condenado pela morte da menina de apenas 5 anos.

Ela diz que não achou justa a regressão da pena da condenada, que agora está em regime aberto, ou seja, fora da prisão: “Não acho justo ela estar voltando para casa. Daqui a pouco, pode ser ele (Alexandre). A minha filha nunca vai voltar para casa. Repito: a minha filha nunca vai voltar. Tenho que aceitar as decisões da Justiça do meu país porque não tenho como mudar esse curso, mas acho justo? Não, não acho. Acho que se a minha filha não volta para casa, eles também não têm que voltar”, concluiu.

Com informações de Splash da UOL