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Projeto faz levantamento inédito sobre população autista na Ilha do Marajó

Um projeto está coletando dados populacionais sobre autismo nos municípios do arquipélago do Marajó, no Pará. A ideia é fortalecer as políticas públicas para o público — iniciativa considerada inédita no Pará.

A pesquisadora Janae Gonçalves coordena o projeto, que requer imersão na rotina de profissionais que atendem pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA). Ela comenta que a iniciativa busca entender toda a dinâmica do atendimento às pessoas com autismo, em várias áreas.

“Tanto na saúde, na educação e na assistência social, a gente quer a melhoria na vida dessas pessoas, do que precisam, do que foi feito e do que ainda pode ser feito para elas e para os pais das crianças, a busca final é olhar para as garantias de direitos”, afirma.

O mapeamento da situação de pessoas com autismo na Ilha do Marajó é feito pelo Programa de Desenvolvimento às Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (PDTEA), projeto apoiado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), com execução técnica da Fundação Guamá.

“A investigação do programa deve abrir esclarecimentos em vários aspectos, tornando as políticas públicas mais eficientes, que vão sempre precisar do apoio da ciência para se desenvolverem ainda mais, a fim de encontrarmos os melhores caminhos para solucionar problemas que são colocados à prova”, ressalta Marcel Botelho, presidente da Fapespa.

A PESQUISA

Grupos de pesquisadores em duplas ou trios percorrem as cidades da ilha para aplicação de questionários respondidos por coordenadores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), diretores de escolas, secretários de Educação, assistente social e profissionais de saúde.

As viagens são a oportunidade de conhecer a realidade local e ter contato com iniciativas desenvolvidas por professores, cuidadores e diretores, como em uma escola de Cachoeira do Arari, que utiliza artes entre alunos com autismo para estimular o desenvolvimento escolar.

Atualmente, a pesquisa está na fase de análise dos dados coletados durante as entrevistas em campo.

Um dos primeiros resultados já produzidos foi o artigo intitulado “O contexto socioeducacional dos alunos com TEA no Marajó”, apresentado no XIV Fórum de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), em março de 2023.

O projeto também participou do lançamento do programa “Meninas na Ciência”, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em parceria com o Planetário, para incentivar meninas a ingressarem no meio científico.

*Feito com informações de Agência Pará.