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Condenado pela morte de Dorothy Stang é preso por crimes ambientais no Acre e Amazonas

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 29, Amair Feijoli, condenado no caso do assassinato da missionária americana Dorothy Stang, há quase 20 anos, em Anapu. Desta vez, ele é suspeito de crimes ambientais nos estados do Acre e do Amazonas.

De acordo com a condenação, foi ele quem contratou os pistoleiros a mando de fazendeiros. A missionária denunciava a grilagem de terras no Pará. Feijoli se beneficiou de redução de pena por ter feito delação premiada.

Agora, segundo a Polícia Federal, ele ocupou terras públicas dentro de unidades de conservação estaduais no Acre e no Amazonas. O advogado de Amair Feijole disse que o cliente tem documentos que comprovam a compra lícita das áreas nos dois estados.

“Ele não cometeu crime nenhum, muito menos para que seja decretada a prisão preventiva dele. Uma área privada e que o estado do Acre fez nessa área privada uma floresta estadual”, diz o advogado Ayres Neylor Dutra.

A polícia também tem um mandado de prisão contra o filho de Feijoli. Patrick da Cunha é considerado foragido. Contra Patrick, também há um mandado de prisão por tentativa de homicídio.

“O objeto de interesse da Justiça Federal do Acre é a Floresta Antimary, no Canaã, onde ouve desmatamento, possíveis lavagem de capitais. E, quanto a Justiça do Amazonia, ela espediu mandados de prisões, sequestros de bens mandatos de busca e apreensão e o objeto de interesse é a Fazenda Pista do Meio, Fazenda Xingu, que são áreas que foram tomadas por esse grupo e desmatadas em 2022”, afirma Bernard Castilho Zenaide, Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais.

As investigações começaram após denúncias de moradores extrativistas que relataram intenso desmatamento na Floresta do Antimary, no Acre. De acordo com a Polícia Federal, o esquema era financiado por pecuaristas e tinha apoio de um técnico de georreferenciamento da região que esquentava a documentação para grilagem.

“A partir desse desmatamento, eles criavam o gado em local proibido em área desmatada e lavavam o dinheiro com a venda dos animais”, afirma Ricardo Ferro as Costa Sousa, delegado da Polícia Federal.