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Belém recebe a Primeira Conferência dos Manguezais Amazônicos 

A partir desta segunda-feira, 4, Belém recebe a I Conferência dos Manguezais Amazônicos. O evento é organizado pela Associação Rare do Brasil, em parceria com as 12 Associações das Reservas Extrativistas Marinhas, a Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas Marinhas e dos Povos Costeiros e Marinhos – CONFREM, e tem como foco a valorização e conservação dos territórios costeiros amazônicos, com ênfase nos manguezais, ecossistema de importância ímpar para a região.

O objetivo é promover a integração entre atores-chave da conservação dos manguezais amazônicos, que em diferentes frentes (governo, academia, comunidade) desenvolvem ações práticas de conservação e melhoria de vida de povos e comunidades extrativistas do litoral paraense. O segundo dia de evento, 5, é restrito a convidados, será um dia de planejamento estratégico de ações entre as iniciativas que compõem a gestão das 12 Reservas Extrativistas do Pará.

Este evento se insere em um momento de grandes expectativas quanto a transformações positivas no cenário socioambiental do país. Pretende ser um espaço de aprendizado, diálogo e troca de experiências para a conservação dos manguezais amazônicos, com foco na valorização dos povos e comunidades extrativistas do litoral paraense, que são os guardiões e guardiãs desse ecossistema.

Serão discutidas temáticas que trazem à tona as conquistas, oportunidades e desafios a serem enfrentados para o avanço nas metas de conservação e para a melhoria de vida das populações que vivem do mangue e estão localizadas ao longo da costa amazônica. Como exemplo: negócios comunitários da sociobiodiversidade e bioeconomia, COP30 e oportunidades para o território paraense e gestão de áreas de conservação.

OS TERRITÓRIOS COSTEIROS AMAZÔNICOS
O litoral dos estados do Amapá, Pará e Maranhão abrigam 75% das florestas de mangue do Brasil (Ministério do Meio Ambiente, 2018). Essa área corresponde a maior e mais preservada faixa contínua de manguezais do mundo, são cerca de 7.500 quilômetros quadrados de manguezais (MMA, 2018 ). O ecossistema do manguezal ou “mangal” como é também conhecido no norte do Brasil, representa o berçário para a vida marinha, abrigando espécies de aves, peixes, crustáceos, moluscos e mamíferos. Somado a isso, é um importante ecossistema para a proteção costeira e segurança climática. O manguezal também sustenta a vida de famílias ao longo da costa amazônica, contribuindo com a segurança alimentar e geração de renda das comunidades que fazem uso das práticas extrativistas como a pesca de peixes, caranguejo, camarão, ostra entre outros recursos para a manutenção do seu modo de vida. Além disso, os mangues também são fonte de inspiração para as manifestações da cultura popular, como o carimbó.  

RESERVAS EXTRATIVISTAS  
O modelo de área protegida Reserva Extrativista (Resex) busca garantir a manutenção do modo de vida das comunidades residentes aliado ao uso sustentável dos bens naturais comuns. São, portanto, categorias de unidades de conservação de uso sustentável dentro do Sistema Brasileiro de Unidades de Conservação – SNUC. O estado do Pará concentra o maior número de Resex Marinhas decretadas, são 12 Resex situadas na zona costeira que contribuem de maneira efetiva para a conservação dos manguezais amazônicos. Atualmente 311.000 ha de manguezais estão sob proteção das áreas de Resex, que além de garantir a conservação dos manguezais contribuem para o sustento de cerca de 17 mil famílias que dependem desse ecossistema para realização de suas atividades extrativistas (MMA 2018).  

SERVIÇO
I CONFERÊNCIA DOS MANGUEZAIS AMAZÔNICOS
O primeiro dia do evento (04/09) será aberto ao público, não será cobrada taxa de inscrição, e acontecerá das 8h00 às 20h00, no Auditório da Universidade da Amazônia (UNAMA), Av Alcindo Cacela 287.  Pré-inscrição: https://forms.gle/LFcLSvXHp9k3UuRa8

O segundo dia de evento (05/09), será restrito para convidados e terá como público-alvo as entidades representativas de comunidades costeiras das Reservas Extrativistas Marinhas do Pará, e atores do poder público dos três níveis federativos que compõem o quadro de gestão das áreas protegidas.