Ana Priscila Azevedo, que é apontada como uma das organizadoras dos atos terroristas que aconteceram no dia 8 de janeiro, em Brasília, afirmou que houve apoio militar aos acampamentos que ficavam em frente aos quartéis- generais do exército.
Durante o seu depoimento da CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que aconteceu nesta quinta-feira, 28, ela afirmou que havia um contato constante do acampamentos com oficiais: “Tinham os homens do Exército e ajudavam, tudo mais, incentivavam, tiravam fotos. [Generais] apareciam lá, filmavam. Todo dia aparecia um”, afirmou Priscila.
Confira o momento:
Quando perguntada se havia um certo nível desincentivo, simpatia e conivência dos militares com os acampamentos, a suposta liderança confirmou: “Eu não presenciei, porém houveram pessoas que presenciaram”.
Durante o depoimento, a bancária afirmou que o grupo não tinha intenção de aplicar um golpe de Estado durante os ataques do dia 8 de janeiro: “Queríamos o código-fonte (da urna). O relatório do Ministério da Defesa em que nos baseamos disse que não excluiu a possibilidade de fraude e que os técnicos não tiveram acesso adequado ao código-fonte”, diz Ana Priscila.
De acordo com ela, os grupos se reuniram em frente a quartéis-generais do Exército em todo o país, esperando que as Forças Armadas apontassem a transparência das eleições de 2022.
“As Forças Armadas eram como se fosse o VAR. O gol valeu ou não valeu? Era só isso que a gente queria saber”, declara a mulher, fazendo referência ao Árbitro Assistente de Vídeo em jogos e futebol.
A acusada passou 11 dias em um acampamento que ficava em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo. Presa desde o dia 10 de janeiro, Ana Priscila precisou da autorização do ministro Alexandre de Moraes para poder prestar seu depoimento.