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Obras de restauração e reabilitação do Complexo dos Mercedários devem iniciar até dezembro

Nesta quarta-feira, 4, a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) e a Arquidiocese de Belém do Pará assinaram o contrato de financiamento do “Projeto Cultural de Restauro e Reabilitação do Complexo dos Mercedários”. O projeto da UFPA será ainda apoiado pelo Instituto Cultural Vale e, para isso, foi assinado um memorando de entendimento, com a interveniência da Fadesp, Fundação de Apoio da UFPA.

O ato solene foi presidido pelo reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, e contou com a participação do governador do estado do Pará, Helder Barbalho; do prefeito da cidade de Belém, Edmilson Rodrigues; do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante Oliva; do presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto; do arcebispo de Belém do Pará, Dom Alberto Taveira Corrêa; e do diretor da Fadesp, Roberto Ferraz Barreto. Também participaram da cerimônia a diretora do Polo Mercedários UFPA, Thais Sanjad; a diretora da Faculdade de Conservação e Restauro, Rose Norat; a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio, Flávia Palácios; membros da Administração Superior da UFPA; parlamentares; autoridades federais, estaduais, municipais e integrantes comunidade acadêmica da UFPA.

O projeto de restauro do complexo, elaborado pela equipe do Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore), da UFPA, foi submetido a um edital público do BNDES em 2021 e aprovado em 2022. A liberação do financiamento foi anunciada em junho deste ano. Os recursos do banco provêm da iniciativa “Resgatando a História”, que apoia a recuperação do patrimônio histórico material, imaterial e de acervos memoriais de todo o país. “A restauração desse espaço não se limita à restauração do patrimônio e da arquitetura do prédio, ainda que seja fundamental, afinal é um dos poucos exemplares do estilo na Amazônia. É a nossa contribuição também com a recuperação da história e das referências histórico-sócio-culturais”, afirmou o presidente do BNDES.

Espaço reunirá atividades acadêmicas, científicas e culturais

Além das atividades acadêmicas e científicas já em andamento, o espaço abrigará a nova Galeria de Arte da UFPA (GAU), uma livraria da Editora da UFPA (ed.ufpa), um Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, um projeto de ensino da Escola de Música da UFPA (EMUFPA), um cineclube, um novo auditório com capacidade para 175 pessoas e um espaço expositivo para atividades relacionadas à vocação do ambiente. Reservas técnicas do Lacore e de Arqueologia também integram o escopo do projeto. 

Com a assinatura do contrato, o projeto segue para as tratativas administrativas que envolvem, entre outras ações, o início do processo licitatório para as obras. A previsão é que as atividades de restauro e reabilitação iniciem até o mês de dezembro. O projeto prevê a execução total das obras em 36 meses.

História

O Complexo Mercedários de Belém é um conjunto arquitetônico composto pela Igreja das Mercês e pelo antigo Convento dos Mercedários, cuja construção teve início em 1640 e foi refeita a partir de 1748, após um grande incêndio. O espaço religioso foi um dos maiores e mais importantes conventos coloniais da região amazônica. A Igreja constitui um dos quatro exemplares de fachadas com perfil côncavo existentes no país.

Após a sua desativação, em 1777, o convento foi incorporado ao patrimônio da União, tendo recebido atividades variadas. O espaço foi cedido à UFPA pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), no dia 23 de março de 2018, por meio de autorização publicada no Diário Oficial da União. No dia 9 de abril de 2018, ocorreu a assinatura do contrato de cessão na Reitoria da UFPA. No dia 26 de outubro do mesmo ano, foi aprovada a criação do curso de Graduação em Conservação e Restauro e do Mestrado em Ciências do Patrimônio Cultural, que iniciaram as atividades em março de 2019. Para o início dessas atividades, a UFPA já investiu em recursos próprios e de emendas parlamentares e captou recursos em editais públicos para o financiamento de projetos.