A rede de livrarias Saraiva realizou protocolo nesta quarta-feira, 4, de pedido de autofalência, quando a empresa não consegue quitar suas dívidas internas, que havia sido iniciada por tentativas judiciais desde 2018, depois de não conseguirem um acordo com os fornecedores da rede para renegociar seus débitos. Naquele ano, a companhia anunciou que estava com uma dívida de aproximadamente 675 milhões de reais.
A empresa divulgou também ao mercado que a RSM Brasil Auditores Independentes não presta mais serviços à Saraiva. A decisão veio após quase duas semanas depois da companhia anunciar o fechamento total de suas lojas físicas, demissão de seus funcionários e manter as vendas somente pela sua loja online.
A declaração também se deu pouco tempo depois do presidente e diretor de relações com investidores da companhia, Jorge Saraiva Neto, e do vice-presidente Oscar Pessoa Filho terem renunciado aos seus cargos no dia 23 de setembro.
A livraria foi fundada em 1914 em São Paulo pelo imigrante português Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva. A rede funcionava próximo à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1917, quando passou a editar livros jurídicos. A companhia chegou a ter mais cem lojas físicas por todo o país nestes 109 anos de história.
A empresa comentou que os negócios começaram a perder a força em 2014, com uma pequena estagnação econômica do país, quando a Copa do Mundo e greve dos caminheiros foi determinante para haver problemas de abastecimento telefônico e tecnológico com os fornecedores, além das dificuldades com o novo sistema de gestão interna da época. A última unidade da Saraiva de Belém do Pará, foi fechada no dia 2 de julho deste ano. Veja outra matéria do BT sobre o fim da livraria:
