Manaus registra a terceira maior seca da história da capital, nesta sexta-feira (13). Com o Rio Negro em 13,91 metros, a cidade está a 28 centímetros da vazante histórica, registrada em 2010, quando o rio chegou a descer para 13,63 metros.
A maior seca do Rio Negro aconteceu no dia 24 de outubro de 2010. Nas últimas horas, as águas baixaram 13 centímetros, se seguir nessa medida o recorde deve ser batido, no máximo, até a próxima segunda-feira (16).
Com a estiagem severa, Manaus já decretou situação de emergência e anunciou algumas medidas de segurança como a interdição para banho na Praia da Ponta Negra e o adiantamento do fim do ano letivo nas escolas da zona rural.
Navegação afetada
Conforme a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), as empresas de navegação associadas – Mercosul, Aliança e LogIn -, que possuem linhas regulares para atender a zona produtora da Amazônia e a comunidade, já começaram a sentir os impactos da seca.
São esses navios que permitem o escoamento da produção e mantém o abastecimento desta região com insumos básicos para toda a população e para a indústria local.
As empresas apontam que a seca poderá impactar a navegação em 50% ou seja, 50% do que deveria ser transportado deixará de ser durante este período. No pior cenário, em função da segurança, não será possível a navegação pelo Rio Amazonas.
No ano passado, essa redução foi, em média, de 40%. Os produtos que sofrem mais impacto são os mais pesados, como alimentos (arroz, congelados e resfriados), cimento, metais, cerâmica, porcelanato e fertilizantes.
A crise atinge a população, que fica desabastecida, com aumento direto do preço dos produtos, pela escassez e por aumento no frete. É impactada, ainda, a Zona Franca de Manaus, que não consegue escoar seus produtos, o que, dependendo da duração da crise, pode causar desabastecimento no mercado no Sul e Sudeste, em especial no “Black Friday”.