Há cerca de um mês foi detido Victor Bonato, influenciador evangélico com quase 150 mil seguidores no Instagram, devido a acusações de estupro. Nesta quinta-feira, 19, a Polícia Militar divulgou a operação realizada para apreender o indivíduo, com policiais disfarçados para infiltrar em um “retiro espiritual” de Cesário Lange, interior paulista, onde Victor se encontrava quando foi preso.
A operação foi realizada por agentes da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Barueri, segundo informações divulgadas pelo portal Metrópoles. Conforme o relatório dado, o “retiro” se tratava de um acampamento na Rodovia Presidente Castello Branco, que atendia até 200 pessoas e já era conhecido pelo uso de diversas igrejas para “encontros com Deus”.
A OPERAÇÃO
“Nossas investigações deram conta de que Victor estaria participando de um encontro de cunho religioso nesse local,” anunciou o relatório policial. “Contudo, não tínhamos a certeza de quando ele voltaria e se é que ele voltaria para a sua residência, por essa razão decidimos detê-lo.”
A operação foi efetuada com preocupação no quesito de discrição para “não constranger as pessoas.” De acordo com o relato, os políciais utilizaram viaturas descaracterizadas, como se tratassem de fiéis, entraram em contato com a segurança do local previamente, e encontraram o influenciador evangélico assistindo a uma palestra no local.
“Decidimos esperar a palestra terminar e, no momento em que Victor se levantou em direção à porta, ele foi interceptado por nós e conduzido para um local isolado,” informou a Polícia Militar.
O CASO
O caso divulgado decorreu após denúncias de estupro de três jovens que participavam ativamente na instituição e movimento religioso Galpão, fundado pelo influenciador. Os crimes teriam ocorrido entre janeiro e setembro desse ano, sendo apresentados no depoimento à polícia junto com mensagens e áudios transcritos que envolviam ameaças, ponto em que foi descrito como o evangélico abusava de sua “influência religiosa” para manipular as suas vítimas.
Partindo disso, ocorrem diversos desenvolvimentos a serem levados em consideração. Entre eles, há o pedido de desculpas publicado no Instagram de Victor um dia antes da sua prisão, onde Bonato diz que cometeu “pecados” e pede “perdão às meninas”, e no mesmo dia o movimento Galpão comunicou que o influenciador não fazia mais parte do projeto, sendo afastado da posição de liderança.
Além disso, na segunda-feira passada (9) as advogadas do influenciador evangélico afirmaram nas redes sociais dele que iriam trabalhar para “comprovar a inocência de Victor Bonato.” Já nesta quarta-feira (18), a Justiça negou-lhe o uso de tornozeleira eletrônica, devido a “indícios de agressividade do suspeito” contra as vítimas.
