Desde a última terça-feira, dia 17, a Equatorial Pará iniciou a nova fase do projeto de conexão da ilha de Cotijuba ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O projeto tem o objetivo de garantir energia de qualidade, com segurança e alta capacidade de atendimento na região da ilha que faz parte de Belém.
A empresa fará a travessia subaquática de 5,2 km de cabos de distribuição, no rio Pará, que vai conectar o distrito de Icoaraci, parte continental de Belém, até a Ilha de Jutuba, que fica no meio do percurso até Cotijuba. Esta etapa da iniciativa tem o investimento de R$ 42 milhões de reais, entretanto, o projeto completo terá investimento total de R$ 61,4 milhões.
Com a interligação ao SIN, a Ilha de Cotijuba terá uma capacidade de disponibilidade de energia quatro vezes maior do que hoje, ou seja, a área poderá receber grandes empreendimentos para fortalecer o turismo, por exemplo, o que, também, deverá gerar mais emprego e renda para os moradores.
O problema no fornecimento de energia é uma reclamação antiga dos moradores da ilha, que agora serão diretamente beneficiados. São quase quatro mil clientes aguardando pela mudança. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos até o primeiro semestre de 2024.
Para falar sobre os detalhes do empreendimento, a Equatorial Energia fez um evento especial para a imprensa na manhã desta quinta-feira, dia 19. Os veículos de comunicação paraense, incluindo o BT estivemos próximos ao local onde está a balsa que faz a interligação do cabo subaquático.
As primeiras fases do projeto para a ilha começaram recentemente, em agosto deste ano, porém são idealizadas desde 2022. A fase teve início com a ampliação da subestação de Outeiro, que vai suprir a área beneficiada. A construção de redes de distribuição e fica entre a subestação e a orla de Icoaraci. Na orla, fica a cabine de transição para a interligação do cabo subaquático. A cabine foi pensada com a estética da orla, para respeitar a identidade do local.
Dado o início do projeto, a próxima fase será a construção de 6,5 km de rede área entre a ilha de Jutuba e Cotijuba. Já a obra como um todo, segundo informações de Mauro Chaves, gerente de relações institucionais da Equatorial Pará, tem previsão de ser entregue já em 2024.
Confira nossa conversa com o gerente de relações institucionais da Equatorial Pará, Mauro Chaves:
A ilha de Cotijuba, até o momento, é atendida através do sistema isolado gerado por uma usina termelétrica abastecida com óleo diesel, que além de representa um alto custo de geração, não é ideal quando pensamos em meio ambiente, já que o combustível fóssil precisa ser queimado. Após a conclusão da interligação, esta usina será desativada.
Mauro destacou a quantidade de combustível destacado hoje para fornecer energia para a ilha: “Para que se tenha uma ideia, aproximadamente 1 milhão e 740 mil litros de combustível que são consumidos durante o ano para gerar energia lá. E, a partir dessa interligação, tudo isso acaba. E, para o meio ambiente, isso é mais do que benéfico e tudo se conjuga com os esforços para a COP 30 que ocorrerá aqui em Belém em 2025. E daremos esse presente para Cotijuba ainda em 2024”, afirmou para a imprensa presente no local.
Para a a imprensa, o Presidente da Equatorial Pará, Márcio Caires afirmou que a fase é a que tem mais inovação tecnológica além de exigir mais atenção no projeto, já que fazer a interligação subaquática já é um desafio. Outras obras do mesmo porte já forma realizadas pela distribuidora como quando foi feita a interligação da Ilha de Marajó ao SIN.
Também estava presente no lançamento o engenheiro responsável pela obra, James Figueiredo. Ele conversou com o BT sobre a obra e sobre os estudo feitos para a instalação da mesma.
Confira nossa conversa com o engenheiro:
A população da ilha foi representada pela presença de Márcia Oliveira, integrante da coordenação do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), que já existe há mais de 20 anos, de tem participação ativa na vida e no bem estar dos moradores da ilha. Marcia destacou como o projeto da também tem o objetivo de fortalecer o turismo comunitário e os artesãos. Ela afirmou que aguarda esse benefício há anos, já que, segundo a moradora, a energia na área, por ter baixa qualidade, afeta de diversas formas principalmente quem trabalha com turismo na região.
Confira a nossa conversa com a moradora:
Ao todo, segundo o Presidente da Equatorial Pará, Márcio Caires, a população beneficiada é de oito mil pessoas.