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Em entrevista ao BT, Edmilson Rodrigues falou sobre COP-30, orçamento, concursos públicos, transporte, alagamento e mais; confira!

Na semana passada o BT entrevistou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, que falou à jornalista Mary Tupiassu sobre os desafios de comandar o Executivo da capital paraense, contou sobre a programação de obras da cidade para receber a COP-30, ouviu e respondeu algumas críticas que a gestão recebe da população belenense e respondeu perguntas de diversos cidadãos.

Na conversa, que durou pouco mais de 1h30, Edmilson começou falando sobre o que quer para a Belém do futuro e fez críticas aos governos municipais e federais anteriores. “Eu sou prefeito e eu sei onde eu quero chegar. Quero chegar em uma cidade mais justa, mais alegre, mais saudável, mais educada, mais feliz. Agora, a cidade real é uma cidade que tem problemas estruturais profundos e, diga-se de passagem, teve 16 anos de muita destruição. E os últimos anos do cenário nacional, nem precisa falar. O povo brasileiro é testemunha, mais de 700 mil pessoas mortas porque alguém dizia que vacina te transformaria em jacaré”, protestou.

DIFICULDADES NO GOVERNO BOLSONARO

Sobre as dificuldades de orçamento durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Edmilson Rodrigues afirmou que não havia diálogo com o ex-chefe do Executivo. “Além de não ter diálogo, tinha corte de recurso. 34% de cortes na educação, se tem cortes as escolas não são reformadas, não é comprado material escolar, a merenda escolar é de segunda, os professores não tem reajuste. Eu assumi o governo em janeiro de 2021, em plena pandemia. Belém se tornou a quinta cidade que mais vacinou e, partir daí, ninguém perdeu um ente querido pra Covid-19 por falta de atendimento e assistência. Ninguém morreu sem respirador, sem UTI, sem leito”, afirmou.

O prefeito de Belém ainda contou um pouco sobre como, segundo ele, acontecia a “relação” entre a própria gestão e o governo de Bolsonaro. “Por eu ser de oposição, os ministros não nos recebiam. Os deputados ligados ao presidente não faziam emendas parlamentares, com algumas poucas exceções. Mas os municípios como um todo foram prejudicados. Quem tem uma ideologia fascista não tem empatia, não tem sensibilidade com o outro, não quer saber da dor. É fichinha, pra quem ri da morte, cortar recursos da Educação, da Saúde, da Assistência”, protestou.

PROGRAMAS SOCIAIS

Edmilson falou ainda sobre programas sociais feitos pela gestão. “Eu autorizei a Câmara a votar o projeto ‘Bora Belém’. Fui o único prefeito de capital que criou um programa de renda básica. As pessoas recebem até R$ 500, mas também criamos um outro programa, o ‘Donas de Si’, pra formar profissionalmente as pessoas, hoje já são mais de mil formadas”, contou.

“Foram programas que eu não esperei o governo Lula pra fazer. Agora, com o Lula, eu posso dizer que tem muitas mudanças importantes, inclusive o anúncio de Belém pra ser sede da COP-30. Essa já é uma sinalização do Lula de amor, de respeito a Belém. Ele disse que se Belém estivesse pronta, ele não escolheria pra ser a capital da COP, mas que indicou porque a cidade precisa de ajuda. Então eu posso dizer que estamos entrando em um novo momento deste mandato, as pessoas podem esperar muitas obras”, garantiu.

ORÇAMENTO

Mary Tupiassu questionou o prefeito de Belém sobre possíveis problemas orçamentários da capital paraense, o que foi confirmado por Edmilson. “Belém tem mais de R$1 bilhão de dívidas. Nós pagamos quase R$20 milhões ao mês, são dívidas contraídas por outros prefeitos, mas não me pergunte como foram usados esses milhões. O que eu posso dizer é que agora os empréstimos que a prefeitura fizer tem prestação de conta, tem obras realizadas, tem benefícios pra sociedade”, garantiu.

Edmilson contou ainda que o Ministério da Saúde, já com o presidente Lula, reconheceu repasses menores para Belém e fez a transferência de mais de R$ 50 milhões para a capital paraense. “O Governo Federal reconheceu e nos pagou R$57 milhões e mais R$7 milhões ao mês para investir em UPAs e Hospitais”, afirmou.

SAÚDE

Ao ser questionado sobre o destino deste repasse de R$57 milhões para a saúde, o prefeito contou que a verba já tem destino certo. “Por acordo com o governo federal, R$25 milhões serão utilizados para implantar a telesaúde, incluindo a telemedicina. É utilizar as técnicas mais modernas para que um médico, ou outro profissional de saúde qualificado, possa, a qualquer hora do dia, em ambiente adequado, atender pacientes pelo celular/computador”, contou.

De acordo com o prefeito, o acréscimo dos R$7 milhões por mês será utilizado para investimentos nas UPAs. “Vamos ter R$7 milhões a mais para investir nas reformas, compras de equipamentos, pagamentos de alguns serviços. Ao todo são dois programas: telesaúde e investimento em média e alta complexidade (Upas e hospitais)”, afirmou.

MACRODRENAGEM DA BACIA DA ESTRADA NOVA

A jornalista Mary Tupiassu questionou o prefeito de Belém sobre qual é a obra mais emblemática desta terceira passagem dele enquanto chefe do Executivo municipal. “A macrodrenagem da bacia da Estrada Nova. A obra, financiada pelo BID, está em 75%. Estamos com uma Ordem de Serviço para um último trecho, acontece que 2km não tinham financiamento garantido. Mas na minha ida à Brasília, sentei com o Ministro Rui Costa, e saí de lá com o compromisso de que os 2km que terão financiamento garantido do governo federal, de modo que nós teremos da Cidade Velha até a porta da universidade na Augusto Côrrea”, garantiu.

AVALIAÇÃO NEGATIVA DA GESTÃO

O prefeito comentou ainda sobre a má avaliação da própria gestão e disse que toda crítica é considerada. “Não vou nunca dizer que estou bem avaliado se eu não estiver, mas tem que ver que tudo é um processo histórico. Se nós estávamos dois anos com pandemia, sem recursos, tendo que reconstruir a rede escolar, gastando dinheiro naquilo que foi destruído…agora não. Agora vamos fazer grandes obras e vamos iniciar várias outras na periferia de Belém”, avaliou.

ALAGAMENTOS EM BELÉM

Ao ser perguntado sobre o Promaben e sobre asfalto de qualidade para Belém, o prefeito disse: “todas as nossas obras é drenagem e pavimentação. Vamos fazer a obra que é mais cara, que não aparece porque 80% tá embaixo da terra. Por exemplo, eu podia gastar R$300 mil com asfalto, mas vamos gastar R$1 milhão na Passagem dos Milagres, na Terra Firme. Por que eu tô gastando mais? Porque nunca mais vai ter alagamento”, afirmou.

ÔNIBUS COM AR CONDICIONADO

Edmilson comentou ainda sobre o histórico acordo entre Governo do Estado, Prefeitura e Setransbel para a aquisição de novos ônibus com ar condicionado para Belém. “As empresas já tem isenção da prefeitura. Hoje, temos 3% dos 5% de ISS. E, por um tempo, até a taxa de manutenção do sistema não estavam nem sendo pagas porque as empresas estavam em situação falimentar. Agora nós oficializamos”, conta.

E seguiu, falando sobre como foi possível o acordo: “Eu busquei diálogo com o governador, para que ele abrisse mão de impostos como o ICMS e o IPVA, pra que as empresas, reduzindo as despesas com impostos, assumam uma dívida com o bando luso de R$250 milhões pra compra de 300 novos ônibus”, explicou.

PRÓXIMA ELEIÇÃO

Sobre uma possível candidatura a reeleição, Edmilson admite que a probabilidade é grande e que espera contar com os mesmos apoiadores. “É bem provável. Os partidos que participam do governo em geral têm demonstrado uma consciência de que vamos superar os problemas destes dois primeiros anos e as pessoas estão muito empolgadas, porque muita coisa tem sido feita”, afirmou.

PRESIDENTE LULA

A jornalista Mary Tupiassu também perguntou sobre como é a relação de Edmilson com o presidente Lula (PT). “Muito boa, Lula é meu amigo. Essas grandes obras que estou anunciando, é fruto dessa amizade, desse respeito. Ele construiu comigo, ao longo da história, uma relação muito respeitosa”, avaliou.

OBRAS PARA COP-30 EM BELÉM

Um dos maiores desafios de Belém, tanto para os governos municipal e estadual quanto para o governo federal, é a realização da COP-30 na capital paraense. Para que isso ocorra, a cidade precisará de diversas obras de estruturação para receber o maior evento climático do mundo. Sobre isso, o prefeito listou tudo o que foi programado quanto a obras para Belém. “Juntou o governo federal, o governador do Pará e eu, e nós dissemos que queríamos oito grandes obras fundamentais para preparar a cidade para COP: o governo federal vai fazer uma intervenção no aeroporto, para ser modernizado. O porto de Belém será duplicado e o governo federal fará o desassoreamento para que navios transatlânticos possam aportar. E esses navios já funcionam como hotéis, porque muitos deles são de luxo”, contou.

E seguiu: “Do governo estadual, são duas obras: o presidente Lula doou pro estado o antigo aeroporto Brigadeiro Protásio, onde será implantado o Parque da Cidade. O presidente Lula também doou pro estado sete galpões ali do lado da Estação das Docas, lá será feito o projeto Porto Futuro II. Pra prefeitura, ficaram quatro projetos: reforma do Ver-o-Peso (R$93 milhões), canal São Joaquim (R$150 milhões), reforma do Mercado de São Brás e a duplicação da Estrada Nova. Todas eu vou entregar na minha gestão”, afirmou.

PERGUNTAS DA POPULAÇÃO

Ao final da entrevista, o prefeito de Belém respondeu diversas perguntas de seguidores do BT acerca de muitos temas importantes da cidade, como a obra do BRT, a chamada dos concursos da Sesma e da Semad, políticas para a causa animal, regularização do lixão, saneamento básico, saúde pública, transporte público e mais.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA: