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ONU aponta que fenômeno El Niño deve durar até abril de 2024

Novo relatório de agência da ONU afirma que 2024 será um ano ainda mais quente que o atual, que já caminha para se tornar o mais quente da história.

O fenômeno climático El Niño deve durar ao menos até abril de 2024, de acordo com a última atualização divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quarta-feira, 8. Segundo a agência da ONU, o fenômeno se desenvolveu rapidamente em 2023 e pode atingir seu pico no primeiro semestre do ano que vem.

Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. Sua duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.

Apesar de as consequências do fenômeno, em geral, serem observadas no ano seguinte ao seu desenvolvimento, este ano segue a passos largos para ser o mais quente de toda história. Antes de 2023, o ano de 2016 foi o mais quente registrado.

“Neste momento, estamos enfrentando um El Niño que ocorre em meio a um oceano global muito aquecido, e não sabemos como o nosso planeta mais quente afetará as condições atmosféricas do El Niño”, disse a NOAA, em um comunicado.

DADOS E ALERTA

De acordo com a MetSul, o atual episódio de El Niño é tão singular que difere até mesmo dos fenômenos extremos de 1982-1983 e 1997-1998, conhecidos como “Super El Niños”. Enquanto nessas ocasiões anteriores o El Niño marcava a principal área de aquecimento anômalo dos oceanos, atualmente essa característica não prevalece mais.

O El Niño é um dos fatores que pode influenciar na previsão de recordes de temperatura nos próximos quatro anos. De acordo com a Organização Mundial Meteorológica (OMM), há uma probabilidade de 66% de a média anual de aquecimento ultrapassar 1,5°C entre 2023 e 2027.

Esse é o aumento máximo da taxa média de temperatura global definido para este século a fim de evitar as consequências da crise climática provocada pelo homem. O problema é que, com a maioria dos oceanos com temperaturas acima da média, é bem difícil prever o que vai acontecer exatamente com o clima global.

“As mudanças climáticas globais estão trazendo muitos extremos climáticos, mas é difícil prevê-los com meses de antecedência. Por exemplo, o ano passado houve o recorde de calor em grande parte da Europa no verão. Este ano de novo o verão está muito quente por lá. Seria quase impossível prever com muita antecedência dois anos seguidos de ondas severas de calor”, acrescenta.

“Ano que vem será ainda mais quente. Isso é uma consequência clara da contribuição crescente das concentrações de gases do efeito estufa provenientes de atividades humanas”, disse o secretário geral

O secretário da OMM ainda alerta que eventos climáticos extremos como ondas de calor, secas, incêndios florestais e enchentes serão mais comuns em algumas regiões e podem gerar maiores impactos.

Nos Estados Unidos e no Canadá, milhões de hectares foram destruídos por incêndios florestais facilitados pelas temperaturas elevadas. No Brasil, muitos estados batera recordes com temperaturas superando os 40º graus.

Além do impacto do El Niño na temperatura global, a agência da ONU também monitora outros fatores que podem contribuir para mudanças no sistema climático global.

A última “Atualização Climática Sazonal Global” da entidade prevê aumento nas temperaturas da superfície do mar em grande parte dos oceanos globais, além de terremotos acima do normal em quase todas as áreas terrestres.

*Feito com informações de G1.