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‘Vozes do Murukutu’: evento debate participação popular ribeirinha neste sábado, 11

Campanha promove o empoderamento das comunidades tradicionais. (Foto: Instituto Idade Mídia)

Com o objetivo de empoderar, ampliar e democratizar a participação popular das comunidades ribeirinhas, neste sábado (11), o evento “Vozes do Murukutu” inicia mais uma etapa de sua campanha com o Laboratório de Comunicação Popular abordando a temática “O Local Onde Vivemos”. A atividade acontecerá na comunidade Maria Petrolina, bairro do Curió Utinga. 

A campanha é uma iniciativa da Rádio Ribeirinha Murukutu pela 3ª edição do edital da Agência de Impacto Social IARA Aceleradora – Purpose Brasil, para alcançar soluções para a emergência climática por meio de uma perspectiva local. Os interessados devem preencher um formulário disponível nas redes do Instituto Idade Mídia.

Ângelo Tupinambá coordena o instituto Idade Mídia há 17 anos. (Foto: Instituto Idade Mídia)

De acordo com o cientista social e coordenador do Instituto Idade Mídia, Ângelo Tupinambá, a participação das comunidades ribeirinhas e tradicionais é excepcional principalmente no atual contexto da COP 30, evento de mudanças climáticas que acontecerá na capital paraense em 2025.

“Muito tem se falado em relação à COP, as mudanças climáticas e sobre o papel das comunidades ribeirinhas e tradicionais nesse processo, mas o que a gente viu em Belém durante os ‘Diálogos Amazônicos’ e a ‘Cúpula da Amazônia’ é que existe muita distância entre ‘intenção’ e ‘gesto’, então não há de fato participação popular dessas comunidades. Por isso, iniciamos essa campanha que pretende organizar pelo menos quatro comunidades ribeirinhas para que a gente faça a elaboração dos nossos protocolos de consulta”, explica.

A campanha envolve rodas de conversa e debate acerca do papel da comunidade em torno das mudanças climáticas. (Foto: Instituto Idade Mídia)

Desde outubro foram realizadas três oficinas sobre a elaboração dos Protocolos de Consulta Prévia, que garante os direitos das comunidades tradicionais ao território, modos de vida e à participação, além de determinar que povos tradicionais sejam previamente consultados sempre que houver qualquer medida legislativa ou administrativa que possa afetar suas comunidades.

TERRITÓRIO MURUKUTU COMO HISTÓRICO DE LUTA

O território Murukututú nasceu em 1617, no contexto do Levante Tupinambá, em 1711, a “Missão Religiosa dos Frades Carmelitas” inicia a construção da Capela de Nossa Senhora da Conceição (atual Ruínas do Engenho Murucutu). O arquiteto italiano Antônio Landi, assumiu a propriedade do engenho em 1776 e realizou trabalhos na reforma da capela, incorporando elementos neoclássicos, com registro de mão-de-obra indígena escravizada. Em 1835, irrompe a Revolução Cabana, a Cabanagem. Assim, o Murucutu renasce como território de resistência popular. As forças revolucionárias indígenas, negras, tapuias, caboclas e ribeirinhas foram transportadas em canoas e batelões até o acampamento do Murucutu. Mas, é justamente no segundo ataque à Belém, que o território se eleva à condição de “Quartel General das Forças Revolucionárias” da Cabanagem.

Atualmente o bairro Curió Utinga abriga o remanescente das matas do Murucutu e comunidades ribeirinhas nos limites com rio Guamá, além do parque ambiental do Utinga: com o açude Bolonha, Água Preta, trilhas na floresta e o início da Rota do Carumã, com 30 quilômetros de extensão.

SERVIÇO:

Data: 11/11/23

Local: Rádio Ribeirinha Murukutu – https://maps.app.goo.gl/StFYe9qoSeDAeXjB7

Formulário de inscrição: https://forms.gle/UmKMZAxR1ee3QeFC9