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Concentrações de gases de efeito estufa alcançam novos recordes

As concentrações médias globais de dióxido de carbono, CO2, estiveram 50% acima da era pré-industrial pela primeira vez em 2022 atingindo 418 partes por milhão. 

Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial, OMM, revelou que os níveis do principal gás que contribui para o aquecimento do planeta continuam em alta em 2023.

METANO E OXIDO NITROSO 

De acordo com uma análise publicada nesta quarta-feira, em Genebra, as concentrações de metano também aumentaram 264% para 1.923 partes por bilhão.

Seguindo a mesma tendência, os níveis de óxido nitroso, o terceiro principal gás que contribui para o aquecimento global, registaram 336 partes por bilhão, o novo pico anual após 2021 e 2022.

O Boletim do Efeito Estufa servirá de base durante as negociações da 28ª Cúpula do Clima, COP28, a ser realizada em Dubai nos Emirados Árabes Unidos.

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, lembrou que os atuais níveis recordes de gases que retêm calor levarão a uma nova subida da temperatura.

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

O especialista declarou que o mundo caminha para o aumento das temperaturas bem acima das metas do Acordo de Paris até ao final do século. 

A situação será marcada por condições climáticas cada vez mais extremas, incluindo calor e chuvas intensos, derretimento do gelo, elevação do nível do mar e acidificação dos oceanos. 

A OMM adverte que a situação fará subir custos socioeconômicos e ambientais ao pedir urgência na redução do consumo de combustíveis fósseis. A agência destacou que fundos do carbono estão diminuindo rapidamente

O estudo explica que pouco menos de metade das emissões de CO2 permanecem na atmosfera. Acima de um quarto desse total é absorvido pelo oceano e pouco menos de 30% pelos ecossistemas terrestres, como as florestas.

AUMENTO DA TEMPERATURA GLOBAL

Com a continuação das emissões, o gás carbônico continuará sendo acumulado na atmosfera levando à alta da temperatura global. 

Com a longa vida do CO2, as altas temperaturas persistirão por várias décadas, mesmo que as emissões sejam rapidamente reduzidas até zero.

A última vez que a Terra registou uma concentração de CO2 comparável ao nível atual foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás. Nessa época, a temperatura estava entre 2 e 3°C mais quente e o nível do mar era de 10 a 20 metros mais alto do que o atual.