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Comunidades do norte do Pará recebem ajuda de instituto ambiental durante maior estiagem da história

As comunidades localizadas ao norte do Pará vêm sofrendo com os rios Amazonas, Madeira, Negro e Solimões registrando o menor nível em mais de 120 anos, durante o período de estiagem – temporada com redução de períodos chuvosos. 

Em meio à situação emergencial, as comunidades localizadas no município de Oriximiná receberão cestas básicas e kits de produtos para tratamento de água. A ação faz parte do programa Floresta de Valor, desenvolvido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). 

Com a publicação do decreto de 11 de outubro, a região está classificada em estado grave, devido a forte seca que acomete o rio Trombetas e seus afluentes. Cerca de 4.602 famílias, com um total de 23.010 pessoas sofrem com a falta de água potável, escassez de alimentos e isolamento, sendo embarcações os principais meios de sobrevivência dessas comunidades. 

A solicitação de cestas para o projeto vai contemplar comunidades que fazem parte da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (ARQMO). A região beneficiada pelo projeto abriga territórios quilombolas, com 39 comunidades, totalizando cerca de 9 mil pessoas.

Segundo o analista técnico da Imaflora, João Romano, serão distribuídas “mil cestas básicas para apoiar as famílias afetadas pela estiagem, cerca de 32 kits de equipamentos hídricos para abastecimento de água nas comunidades”. 

Além dos kits, que estão sendo construídos como suprimentos alimentícios, itens de limpeza e higiene, também é pensado um apoio logístico com embarcações, agentes comunitários e insumos para a operação. 

“Devido à seca, em alguns lugares a lancha não chega, só as pequenas embarcações, e necessita uma força tarefa para caminhar pelas praias até as comunidades. O apoio se dará durante o período de extrema seca atendendo ao decreto municipal de emergência”, afirma Romano. 

O PROBLEMA DA ESTIAGEM

De acordo com o World Wide Fund for Nature (WWF), a estiagem severa é resultado da combinação de mudanças climáticas, El Niño e desmatamento desenfreado contribui para o agravamento e prolongamento da seca.  A mudança climática acaba provocando impactos nas comunidades ribeirinhas, territórios indígenas e nas cidades ao longo das calhas dos rios.