Quem não ama produções que fujam dos clichês e convenções repetitivas das produções? “Scott Pilgrim: A Série” (ou Scott Pilgrim Takes Off) pega o clássico filme do diretor Edgar Wright, lançado em 2010, e mostra um novo ponto de vista de como os romances e relações sociais podem ser diferentes se algo bem diferente.
Cheia de referências à cultura pop, a primeira temporada da animação da Netflix aborda temas do cotidiano de uma maneira leve e com um humor ácido, mostrando jornadas de amadurecimento vividas por seus personagens.
Baseada nos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley e no filme de 2010 (Scott Pilgrim contra o Mundo), a animação conta a história de Scott Pilgrim, jovem de 22 anos que encontra e se apaixona por Ramona Flowers. Então, o protagonista precisa enfrentar todos os 7 ex-namorados da garota de seus sonhos, para conquistá-la.
Diferente da história contada tanto nos quadrinhos quanto no filme, a nova abordagem torna Ramona a protagonista da trama dando mais dimensão e profundidade aos personagens que antes poderia até ser vista com maus olhos por parte do público.
A trama aposta em uma abordagem mais pessoal e de engrandecimento dos personagens secundários. Se para os fãs, o desenvolvimento de Scott é algo a se relacionar por ser altruísta e de amor-próprio, Ramona tem seus próprios medos e também precisa seguir em frente com eles, é aí que a série anda.
O elenco original traz de volta atores como Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead, Kieran Culkin e todos os atores que deram vida ao live-action da obra. Um acerto muito grande, já que, para além da nostalgia, a série aposta em um desenvolvimento emocional muito maior para as suas personalidades que não poderia ser explorado em um filme de 1h40.
Para além dos atores, o design dos personagens leva uma grande homenagem aos fãs, já que é muito semelhante aos desenhos dos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley. Referências a jogos como Street Fighter ou Mortal Kombat, sons clássicos de fliperama, além de clássicos da cultura pop como de volta para o futuro ou mesmo os poderes dos personagens também são um prato cheio não só como um fanservice, mas também para a construção da narrativa.
Para além dos romances e referências, a série aborda temas como a vida adulta, descoberta, moradias e relacionamentos abusivos. Porém, a questão principal dessa nova produção é se permitir dialogar com os erros do passado e fazer as pazes consigo.
A produção da Netflix dá olhares para os personagens “secundários” e os mostra em suas próprias jornadas de busca e amadurecimento, fugindo do olhar repetitivo da trama mas sem abandonar o foco da história.
Scott Pilgrim: A série aposta na relação entre seus personagens secundários, mas sem perder o foco de seu protagonista, uma jornada de auto reflexão unidade de um humor ácido e divertido aposta em um final mais pessoal com um sentimento de amadurecimento, porém com ganchos para um segundo ano. A série é com certeza um 4.5 de 5 estrelinhas como uma das obras mais divertidas, baseada nos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley e tem tudo para conquistar tanto novos fãs quanto os antigos.