O Pará deverá realizar em 2024 uma “pré-COP” com enfoque na juventude e movimentos sociais. A ideia surgiu em um encontro do governador Helder Barbalho, na quarta-feira, 6, com representantes da Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (COJOVEM), na COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A proposta será submetida à aprovação da ONU, que organiza a COP 30, evento que será realizado em Belém em novembro de 2025.
A ideia é que jovens lideranças possam debater os temas relacionados ao meio ambiente um ano antes da COP 30, que será sediada em Belém do Pará, e assim chegar à programação de 2025, com proposições elaboradas.
A proposta de criar esse evento prévio partiu da Cojovem, que reivindica políticas públicas sobre clima para as juventudes, com a participação efetiva de jovens também na elaboração das políticas e na implementação de planos e programas de governo.
Uma carta manifesto foi lida ao governador e apresentada, no espaço do Consórcio Amazônia Legal, ao lado da juventude do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu) e Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa).
As organizações reivindicam: inclusão das Juventudes amazônidas nas políticas públicas socioambientais do Pará de forma transversal; aumento de propostas e orçamentos para Juventudes em Políticas, Projetos, Programas, Planos e Estratégias Climáticas do Estado do Pará, em especial dentro do Plano Estadual Amazônia Agora; realização de uma COP de crianças e juventudes durante a COP30 em 2025, em Belém; inserção da Câmara Técnica de Juventudes na construção da COP30 em uma instância deliberativa; uma cadeira para a Câmara Técnica de Juventudes dentro do Comitê Executivo do Fórum Paraense de Mudanças e Adaptações Climáticas (FPMAC).
“Os jovens são os que mais vão sofrer as consequências dos desastres causados pela crise climática, é por isso também que a gente cobra que invistam na gente. A COP é o ambiente onde conseguimos encontrar tomadores de decisão e promover diálogos. A sociedade civil está mobilizada para conectar o local e global, e nós estamos fazendo isso, pois existem metas a serem cumpridas no Acordo de Paris”, comenta Karla Braga, diretora de projetos, inovação e sustentabilidade da COJOVEM.
Helder Barbalho declarou que se compromete com a realização da pré-COP. “Me comprometo de voltarmos a Belém e criarmos uma cultura de mais convivência nesse processo de preparação para a COP 30. E não será só da juventude, mas dos povos indígenas, dos movimentos sociais. Acho que é muito importante que vocês participem, até porque isso é um processo cada vez mais de participação social e de contribuição”, reforçou.
O governador inclusive relatou que na conversa com o sultão Al Jaber, presidente da COP 28, ocorrida na terça-feira, 5, notou o interesse dele em abranger esses públicos nas discussões.
Via Twitter, Helder disse: “Estamos garantindo maior protagonismo de jovens nas políticas públicas do nosso estado de combate à crise climática! Hoje, durante a COP28, recebi uma carta de intenções da COJOVEM, da Karla Braga, Natalia Moraes com as principais demandas e propostas das Juventudes Amazônidas sobre ações socioambientais e realização da COP30 em Belém. Também estavam presentes jovens da FEPIPA e CNS, que apresentaram as demandas dos povos da floresta. Queremos que a juventude da nossa região seja ouvida e faça parte deste novo tempo que o Estado do Pará vive”.
“Já fizemos nos Diálogos Amazônicos, em outubro, que foi uma boa experiência, mas podemos fazer outra coisa mais direcionada, não só de juventude, mas também com movimentos sociais. Tudo para que a COP 30 tenha ainda mais participação das pessoas e em um nível nunca antes visto”, finalizou Helder Barbalho.