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Câmara aprova projeto de taxação de apostas esportivas e cassinos on-line; texto vai à sanção

O documento cita sobre a tributação das empresas e dos ganhadores das premiações virtuais.

No início desta sexta-feira, 22, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta e passa a tributar empresas de apostas esportivas e taxar jogos virtuais que se assemelhem com cassinos e bingos on-line. A proposta tinha sido retirada pelo Senado, mas foi retomada pelo relator na própria Câmara, Adolfo Viana (PSDB – BA).

Com 292 votos a favor, 114 contrários e uma abstenção, agora o projeto segue para a sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A bancada evangélica tentou não incluir a tributação dos cassinos virtuais ao projeto, no entanto, acabou sendo derrotada. Tal proposta é a mais recente medida atribuída ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que espera arrecadar cerca de R$ 12 bilhões com essa integração de cassinos e jogos de apostas digitais e que mais de 130 empresas interessadas se regulamentem com suas atividades, para zerar o déficit público. As empresas desses jogos receberão taxações de 12% em suas receitas e os ganhadores serão tributados em 15% dos prêmios, isentos em valores de R$ 2.100. Essas companhias precisarão pagar uma outorga de R$ 30 milhões, com validade de cinco anos, caso queiram regulamentação no país.

A prática de apostas esportivas em jogos virtuais cresceu fortemente nos últimos meses. Reprodução: Exame.

Outros integrantes do Ministério da Fazenda alegam que as próprias empresas de apostas alcançam uma estimativa de arrecadação anual de quase R$ 100 bilhões. O governo já conseguiu identificar ao menos 300 sites em exercício de apostas no Brasil atualmente, no entanto, uma companhia pode ter mais de um site, logo, contabilizam-se cerca de 130. O texto original não incluía, mas o Governo já apoiou a alteração para integrar os cassinos virtuais, uma vez que os jogos não esportivos arrecadam mais de 60% da receitas dos sites de apostas. O texto ainda pretende manter a obrigatoriedade das bets estrangeiras possuírem no mínimo 20% de seu capital sob administração de uma empresa brasileira.

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), liderança da bancada evangélica, alegou que a regulamentação dos jogos virtuais não chega a ferir a lei que faz proibição aos jogos de azar no Brasil. ”Bingo e cassino on-line deveriam entrar na discussão do projeto de lei sobre legalização de jogos de azar. Hoje, essas atividades são proibidas no país. Não vou legislar sobre o ilegal”, comentou ele.

A arrecadação dos sites de apostas terão as seguintes destinações: 10% para a educação; 13,60% para a segurança pública; 36% para o esporte, sendo que 7,30% são às entidades do Sistema Nacional do Esporte, 22,20% ao Ministério do Esporte e 0,70% vão às secretarias de esporte, ou equivalentes, com seu restante para as confederações esportivas; 10% para a seguridade social; 28% para o turismo, sendo 22,40% dele ao Ministério do Turismo; 1% para o Ministério da Saúde (para meios de prevenção, controle e fim de quaisquer danos sociais resultados pelas práticas dos jogos; 0,50% separados entre importantes entidades da sociedade civil; 0,50% para o Fundo da Polícia Federal e 0,40% para a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

O atual texto da Câmara também manterá a proposta dos ganhadores dos chamados ”fantasy sports” (jogo de apostas on-line em que o usuário escala jogadores reais para ”jogar” em times fictícios) receberem taxação de 15% dos ganhos. O documento ainda proíbe a instalação de equipamentos de apostas em locais físicos e prevê a permissão da comercialização de apostas de quota fixa por Permissionários Lotéricos, advindas de outorgas adquiridas pela Caixa Econômica Federal.