Nesta semana, o presidente da Argentina, Javier Milei, enviou uma carta aos países integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) avisando que o país não fará mais parte do bloco. No documento acessado pela Globo News, o presidente disse que ”não considerava oportuna” a adesão argentina.
Caso Milei aceitasse, a formalização da adesão da Argentina aconteceria a partir do dia 1 de janeiro de 2024. A desistência veio de inconsistências com o antigo governo argentino. “Algumas decisões tomadas pela gestão anterior (do ex-presidente Alberto Fernández) serão revisadas. Entre elas, encontra-se a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país (Argentina) no Brics (…)”, escreveu ele. Fontes governamentais brasileiras afirmaram para a Globo News que a notícia foi recebida com ”zero surpresa” em Brasília.
Em agosto, quando o atual presidente ainda estava se candidatando, ele já havia manifestado que não concordava com a adesão da Argentina ao bloco dos países emergentes, pois, segundo ele, “nosso alinhamento geopolítico é com os Estados Unidos e com Israel. Nós não vamos nos alinhar com comunistas”.
Em carta enviada ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ele comentou que ainda pretende manter os laços com o país vizinho. “Sem prejuízo disso, devo destacar o compromisso do meu governo com a intensificação dos laços bilaterais com seu país, em particular com o aumento dos fluxos de comércio e de investimentos”, explicou Milei.