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Plano de contingência do Remo proíbe entrada de garrafas d’água no estádio, mas copos são liberados; entenda

No domingo, 21, o Remo venceu a equipe do Canaã no Mangueirão, em Belém, por 5 a 0, na estreia das equipes no Campeonato Paraense 2024. Em campo, um show e apresentação de gala dos azulinos que venceram com tranquilidade.

Entretanto, nas arquibancadas, um forte calor castigou o torcedor apaixonado, e segundo relatos de quem sentiu o sol forte da tarde de domingo, pessoas passaram mal devido a elevada sensação térmica, e o acesso à água foi dificultado, conforme denunciou e repudiou nas redes sociais a página Remo Antifacista (@remoantifa). O público pagante no jogo foi de 22.339 pessoas e público total de 27.076.

Organização de torcedores do Remo denuncia dificuldade de acesso à água no Mangueirão e que pessoas passaram mal nas arquibancadas em jogo no domingo, 21. Imagem reprodução: Vi_de_nicius (via X).

“A Remo Antifascista vem denunciar e repudiar o ocorrido no primeiro jogo oficial do Clube do Remo no ano de 2024. O torcedor remista, diante do forte calor que atingiu a nossa cidade na tarde de hoje, teve seu acesso a água potável dificultado. O torcedor foi impedido de adentrar o estádio Mangueirão com garrafas de água de uso pessoal, o que é ILEGAL e viola a Portaria 35/2023 do Ministério da Justiça, editada ano passado, após a trágica morte de uma jovem em um show por conta das altas temperaturas no Rio de Janeiro”, denunciou a página em postagem nas redes sociais.

Ainda segundo a publicação reclama, nas dependências do estádio, o copo de água mineral de 375 ML custava no valor de R$ 10. Além da falta de informação com relação à disponibilidade de bebedouros dentro do estádio para hidratar o público presente.

“Nas dependências do estádio a água mineral – copo de 375ml – era vendida pelo preço absurdo de R$ 10,00, se adquirida com ambulante, e R$ 5,00 se comprada diretamente nos bares do estádio. Se há bebedouros no estádio, não havia informação/sinalização de suas localizações. Diante desse quadro, vimos o torcedor tendo que beber água da torneira nos banheiros do estádio, o que é inadmissível”, condenou.

No fim do manifesto dos torcedores, a página cobra um posicionamento e medidas da Federação Paraense de Futebol para facilitar o acesso à água dentro do estádio para hidratar o público. De acordo com alguns internautas que comentaram no publicação, alguns torcedores teriam desidratado e passaram mal em função do forte calor e dificuldade de acesso à água.

Ainda nos comentários, André Cavalcante, diretor jurídico da Federação Paraense de Futebol disse que o caso vai ser apurado hoje, 22, pela FPF.

No domingo, 21, a temperatura em Belém teve máximas entre 33ºC e 34°C.

O que dizem as partes:

Em Nota, a Seel explica:

“A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) esclarece que a comercialização de alimentos e bebidas no estádio é de responsabilidade do clube mandante da partida. Os times foram notificados pela secretaria para que avaliem os valores comercializados e que permitam a entrada de torcedores com água e garrafas plásticas para utilização própria”.

Já o Clube do Remo disse o seguinte:

“Obedecendo o plano de contingência exigido pela Federação Paraense de Futebol e assinado com os mais diversos órgãos envolvidos no espetáculo, a proibição se refere apenas e exclusivamente aos recipientes, estando proibido copos térmicos, garrafas e materiais perfurantes. Tudo pensando na segurança de quem faz e prestigia o espetáculo, evitando ainda minimizar as possibilidades de um possível prejuízo no caso de arremesso de objetos para o gramado e punições, como já ocorreram em outras oportunidades. Copos plásticos descartáveis são permitidos. O staff que trabalha em dia de jogo está orientado sobre o assunto. Outro esclarecimento importante a ser dado a torcida azulina é sobre o preço da água vendida nos bares do estádio: R$5 reais. Aos ambulantes, o clube repassa com valor de R$1 a menos, justamente para que eles possam ter um lucro com seus trabalhos. A abusividade no valor não parte do Remo, que inclusive já estuda alternativas para coibir esse tipo de situação e o torcedor, nosso maior patrimônio, não seja lesado”.

Sobre dúvidas dos torcedores acerca do estacionamento, o Remo explica:

“Outro fato que ganhou repercussão é sobre o estacionamento. O Remo esclarece que o mesmo foi terceirizado e assim deve ser feito nos demais jogos em que o Clube for o mandante”.

Por fim, em nota, o Procon disse:
“O Procon Pará informa que, de acordo com a portaria Nº35/2023 da Secretaria Nacional do Consumidor, emitida em novembro, é garantido ao consumidor o acesso gratuito de garrafas de uso pessoal com água para consumo em eventos expostos ao calor. O Procon também informa que o consumidor que se sentir prejudicado pode fazer denúncia diretamente no órgão ou pelo e-mail  [email protected]“.

A Federação Paraense de Futebol também se pronunciou em nota e esclareceu:

“Informamos que já encaminhamos ofício ao Clube do Remo solicitando manifestação e providências que serão tomadas com referência a essa ocorrência, bem como solicitamos ao Estádio Olímpico do Pará que se pronuncie sobre a existência de bebedouros públicos para atendimento da massa torcedora durante os jogos do campeonato paraense“.