A Avenida Liberdade é uma das principais apostas do Governo do Estado para acabar com os longos congestionamentos na Região Metropolitana de Belém, aliviando o fluxo de veículos na entrada e saída da capital, e deverá ter edital lançado neste mês de março. A via expressa é mais uma das obras da gestão estadual para a realização da COP 30 no ano que vem, sediada em Belém.
O projeto está na fase final de licenciamento ambiental, elaboração técnica e orçamentação, bem como a previsão de lançamento de edital. A expectativa é que as obras iniciem ainda neste primeiro semestre, nesse trecho da capital paraense que atrai a média de 100 mil veículos por dia.
VIA EXPRESSA
O novo corredor viário será expresso, terá ciclovia, e deve beneficiar diretamente cerca de 2,2 milhões de pessoas. A expectativa é que mais de 23 mil veículos transitem pela nova via, que vai interligar a Avenida Perimetral, em Belém, até a Rodovia Alça-Viária (PA-483), em Marituba, sem interrupções.
“A Setran está comprometida em seguir todos os trâmites legais necessários para avaliar de forma abrangente os impactos ambientais do projeto. A obtenção do licenciamento é uma prioridade, e todas as etapas serão rigorosamente seguidas para garantir a conformidade com as normas ambientais”, garante o titular da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), Adler Silveira.
O secretário afirma que o Estado busca manter um diálogo constante ao longo de todas as fases do projeto. “Sobre a área de preservação ambiental, de propriedade da União, todas as instituições afetadas pelo projeto já deram anuência para a construção da rodovia. A Setran está aberta a ouvir e considerar as preocupações levantadas, buscando soluções conjuntas que promovam o desenvolvimento sustentável e atendam às necessidades locais”, pontua.
A nova avenida será uma alternativa para entrada e saída da RMB, reduzindo o tempo gasto nesse trajeto e, sobretudo, respeitando o meio ambiente. Com 13,4 km de extensão, a obra será executada pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Transportes (Setran).
A avenida vai garantir que o tempo de deslocamento entre o centro da capital paraense e os demais municípios próximos reduza consideravelmente, garantindo mais qualidade de vida e mobilidade urbana aos usuários. Estudos apontam que o acesso contribuirá para a redução de aproximadamente 30% no número anual de acidentes na BR-316, hoje a principal via de acesso à capital paraense.
Todo o traçado da avenida vai passar pela APA Belém, uma das 27 Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo Ideflor-Bio. Por ser uma reserva de Uso Sustentável, esse tipo de intervenção é permitida, desde que garanta o manejo dos recursos naturais de forma equilibrada.
O projeto inicial previa uma avenida com 75 metros de largura e 101,202 hectares de vegetação suprimida. Após a realização de novos estudos, a equipe técnica da Setran constatou a possibilidade de reduzir o tamanho da via para 24 metros de largura e diminuir a supressão vegetal para 68,00 há, priorizando o respeito ao meio ambiente, uma das prioridades da obra.
Um dos compromissos previstos é que, a cada árvore retirada, outras três sejam plantadas. Uma das vantagens identificadas pela equipe que projeta a via é que alguns pontos já possuem a vegetação suprimida, devido às torres de transmissão de energia que abastecem a RMB. A obra vai aproveitar esses espaços para fazer a mínima intervenção possível na flora atual.
O Governo do Estado, por meio das Secretarias Estaduais de Transportes (Setran) e de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), promoveram, em dezembro passado, a audiência pública do projeto de construção da Avenida Liberdade. Foi a última etapa para o licenciamento e início das obras. O evento contou com a participação de representantes da sociedade civil no auditório da Universidade da Amazônia (Unama), em Ananindeua.
O PROJETO
A avenida terá novo traçado, reduzindo em quase 30% a supressão vegetal que seria necessária com o traçado original. A via sairá da avenida Perimetral, próximo ao linhão da Eletronorte, passando por áreas da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) – onde terá um muro para amenizar o ruído de trânsito – da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Ideflor-Bio, seguindo até a Alça Viária, na altura do aterro sanitário de Marituba.
De acordo com a Setran a avenida, na prática, será um corredor viário com velocidade máxima de 100 quilômetros por hora. Ela terá três viadutos nas áreas da Ufra, das Centrais de Abastecimento do Estado do Pará (Ceasa), Cosanpa e uma ponte sobre o Igarapé Aurá. “A construção de uma via expressa que possibilite um fluxo contínuo e rápido de veículos, com maior segurança deve reduzir a taxa de acidentes de trânsito que ocorrem na avenida Almirante Barroso/BR 316, onde circulam mais de 23 mil veículos por dia, destaca Adler.
O tempo de deslocamento, que hoje é de cerca de 52 minutos, entre a BR-316 até a Alça Viária, será reduzido para 12 minutos pela Avenida Liberdade, assim como a emissão de gás carbônico (CO²) terá uma redução de 17.7 toneladas por ano, equivalendo a uma floresta equivalente a 45 estádios do Mangueirão em área verde não afetada”, afirmou o titular da Setran.