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Às vésperas do Dia da Mulher, Brasil registra recorde em casos de feminicídio em 2023, diz estudo

Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que pelo menos 10 mil mulheres foram vítimas de feminicídio no país de março de 2015 a dezembro de 2023 (Foto: Freepik)

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, o Brasil lamentavelmente registrou um recorde alarmante em casos de feminicídio. Nesta quinta-feira (7), um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que no ano de 2023 o total de 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, maior número já registrado desde a tipificação da Lei do Feminicídio, sancionada em 2015. Isso representa uma taxa de 1,4 mulher morta para cada grupo de 100 mil habitantes.

Desde a criação da Lei, pelo menos 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no país, isso porque o levantamento leva em conta apenas os casos que foram oficialmente registrados dessa forma pela polícia. Esse número, segundo a entidade, seria maior não fosse a subnotificação de casos nos primeiros anos de vigência da legislação.

Os dados utilizados no levantamento têm como fontes os boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal.

O estudo analisa ainda graficamente. A região Centro-Oeste se destaca por apresentar a taxa mais elevada de feminicídios nos dois últimos anos, chegando a 2 mortes por 100 mil habitantes, 43% superior à média nacional. A segunda região mais violenta para as mulheres foi o Norte, com taxa de 1,6, seguido do Sul, com 1,5. As regiões Sudeste e Nordeste registraram taxas de 1,2 e 1,4 por 100 mil.

O que diz a Lei do Feminicídio?

Reprodução: internet

A Lei do Feminicídio qualifica o crime quando ele é cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, quando envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher. O crime é considerado um homicídio qualificado e o coloca na lista de crimes hediondos, com penas mais altas, de 12 a 30 anos.

Em casos de agressão, o Ligue 180 é um serviço de utilidade pública para o enfrentamento à violência contra a mulher, com a atribuição de orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento.

No Ligue 180, ainda é possível se informar sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.