Uma obra rara que pertence ao Museu Paraense Emílio Goeldi e havia sido furtada em 2008 foi recuperada.
Avaliada em R$ 120 mil, “Delectus Florae et Faunae Brasiliensis” foi escrita pelo botânico, zoólogo e entomólogo austro-húngaro-alemão, Johann Christian Mikan (1769-1844) e apresenta um dos mais belos e ricos registros da fauna e da flora brasileiras publicados no século XIX.
O Museu fará a entrega da obra em um evento nesta terça-feira, 23, às 15h, na Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, localizada no Campus de Pesquisa da instituição.
Irão receber o título especialistas do Instituto Itaú Cultural (Carlos Eduardo de Souza Moraes, do setor jurídico, e o Sr. Edson Martins da Cruz, do setor de Artes Visuais e Acervos) ao diretor Nilson Gabas Jr, ao chefe da Biblioteca Ferreira Penna, Rodrigo Paiva, e a curadora da Coleção de Obras Raras do Museu Goeldi, Berenice Barcelar.
Obras furtadas do Museu Emílio Goeldi
A publicação escrita pelo naturalista Mikan no século XIX é a terceira obra rara recuperada nos últimos cinco meses do acervo furtado do Museu Goeldi em 2008 – foram 40 in-fólios e 20 livros.
No mês de março, a obra “De India utriusque re naturali et medica”, do médico e naturalista holandês Guilherme Piso, datada do ano de 1658 foi recuperada pela Polícia Federal em Londres, Reino Unido, após ter sido furtada do acervo de Obras Raras do Museu Goeldi, em Belém/PA, no ano de 2008.
Guilherme Piso, uma figura destacada no cenário científico do Brasil Holandês durante o período nassoviano, é reconhecido por suas notáveis contribuições ao estudo da história natural. A obra em questão é uma segunda edição de sua renomada “Historia Naturalis Brasiliae”, intitulada “De India utriusque re naturali et medica”, foi publicada em latim e representa uma compilação abrangente de pesquisas científicas sobre a história natural, geografia, meteorologia e etnologia. Essa publicação não apenas se tornou um marco fundamental na história natural, mas também serviu como um modelo paradigmático até o século XIX. É importante ressaltar que o livro foi impresso sob os cuidados do prestigiado editor holandês Louis Elsevier, acrescentando ainda mais raridade à sua notável importância histórica e científica.
Em 2022, o Museu Paraense Emílio Goeldi foi contatado pelo leiloeiro inglês Matthew Haley da Bonhams: Books & Manuscripts, informando que a mencionada publicação havia sido consignada em 2008 por um colecionador privado. No entanto, ao verificar os selos do Museu Paraense Emílio Goeldi na obra, foi prontamente constatada sua origem ilícita, o que desencadeou uma investigação aprofundada. Graças a um “stock check”, a obra foi localizada, desencadeando o envolvimento da Interpol e da Polícia Federal no processo de recuperação.
É crucial ressaltar e agradecer o apoio inestimável do leiloeiro Matthew Haley, cuja cooperação foi fundamental para o desfecho positivo deste caso. E, mais uma vez, agradecemos o compromisso, a competência e empenho da Polícia Federal na investigação de crimes contra o patrimônio nacional, além da colaboração valiosa das equipes das embaixadas brasileiras. Outras obras furtadas do Museu Goeldi foram identificadas pela Polícia Federal e estão atualmente em processo de reconhecimento.
Entrega da recente obra recuperada
A convite do Museu Goeldi, também estará presente na entrega uma representante da Polícia Federal, a Delegada Ana Maria de Assis Lima, chefe substituta da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio no Pará. A Polícia Federal foi personagem importante na recuperação de três das obras raras furtadas.
Serviço
Entrega da obra recuperada Delectus Florae et Faunae Brasiliensis
Data: Terça-feira (23/04), às 15h
Endereço: Campus de Pesquisa do Museu Goeldi (Av. Perimetral, nº 1901 – Terra Firme)