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Coluna Ingo Müller | Uma ceia especial. No cardápio de natal, a política tem que fazer parte do menu

Chegou a data mais aguardada do ano! Feliz Natal, Belém Transiters!

Espero que vocês tenham se comportado durante o ano, sem dar giro de moto ou fazer fila dupla na porta do Marista, para que possam acordar e encontrar ao pé de suas árvores o presente que merecem. O bom velhinho, vale lembrar, só contempla os bons menines.

Mesmo para quem passou da idade de acreditar em Papai Noel, a festa é um prato cheio de alegria – literalmente: a grande atração do dia, fora os presentes, é aquela ceia gostosa que reúne toda a família num banquete que tradicionalmente é farto mas, se a gente considerar que ainda estamos sob a política econômica do Paulo Guedes, vai acabar sendo mais modesto  – embora não menos importante – este ano. Aliás, caro leitor, já que a inflação galopante reduziu o tamanho da sua ceia, que tal trazer política para completar a mesa de Natal?

A entrada para essa discussão deve ser apontar, de cara, que alguns clássicos da estação como as ameixas, amêndoas e nozes ficaram de fora da festa porque esses produtos são importados, e nem o nascimento de Cristo justifica comprar essas iguarias com o dólar se aproximando da casa dos seis reais. O peru também virou frango porque, mesmo sendo criado no Brasil, compensa mais ao produtor exportar as aves natalinas do que abastecer a nossa mesa.

O prato principal é reforçar que, apesar de tudo, estamos vivos e com saúde – ao contrário de quase 620 mil brasileiros que perderam a vida durante a pandemia, cujo combate foi dificultado pelas posturas negacionistas de um governo que apostou em medicamentos sem eficácia e embromou para comprar vacinas. Quando seu tio começar a te chamar de comunista, peça um minuto de silêncio pelos falecidos e veja se ele se aquieta.

A sobremesa deve ser doce, como a esperança de que em 2022 podemos mudar a nossa realidade se votarmos com responsabilidade, para reconstruir com propostas tudo aquilo que foi destruído em nome de Deus (mercado), Pátria(arcado) e fami(lícia). Se nesta altura alguns dos convidados se levantarem para ir embora, aceite o livramento como um milagre de natal.